Ela vê a semente como algo mágico. Um organismo vivo, nobre, desafiador. Que pulsa, inspira e move. E talvez por isso, já tenha dedicado 45 anos de vida a entender cada detalhe dessa matéria-prima que carrega o futuro nas mãos. Na voz e nos olhos da Doutora Maria de Fátima Zorato, não há cansaço. Há paixão. A mesma que a levou da rotina em um laboratório no Paraná a projetos em todas as regiões do Brasil — sempre com o propósito de aumentar a qualidade da semente de soja brasileira.
Durante a jornada enfrentou desafios, mas não se curvou. Criou metodologias, implantou sistemas, formou gerações. Hoje, mesmo com o nome reconhecido entre os mais importantes do mundo das sementes, segue em campo — literalmente — ajudando produtores a decifrar gargalos e descobrir caminhos. Ela testemunhou - e participou ativamente - dos principais saltos tecnológicos da nossa soja. Do tempo em que as cultivares eram limitadas e a produtividade mal passava dos 1000 kg por hectare, até o cenário atual, em que novos materiais genéticos superam a marca de 6000 kg. Da mesma maneira, acompanha de perto a chegada das tecnologias que prometem redesenhar o futuro genético das lavouras, e não tem dúvidas de que o avanço será ainda mais rápido e exigirá conhecimento de excelência.
Da fitopatologia à biotecnologia, do campo ao laboratório, o olhar atento e o amor da doutora Fátima pela inovação continuam moldando o que virá. Neste bate-papo, mergulhamos na história dessa profissional que transformou dados em decisões, ciência em resultado, e a genética em estratégia de desenvolvimento nacional.