O calendário marcava o ano de 1947 quando a aviação agrícola iniciava sua história no Brasil. O país, que décadas mais tarde tornaria-se referência mundial na produção de alimentos, incorporava ao campo a ferramenta que tem como uma das características a imensa agilidade na hora da pulverização. Quase 80 anos depois, o setor vive um momento de constante expansão da frota e carência de mão-de-obra. São aproximadamente 2.600 aeronaves e menos de 3.000 pilotos, segundo o diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola, nosso convidado de hoje.
Engenheiro agrônomo, com sangue agro correndo nas veias, o Gabriel Colle fala de maneira didática sobre temas complexos do setor que representa. Busca tornar a comunicação mais clara e assertiva, destacando os diferentes avanços que tornaram a ferramenta ainda mais eficiente, diminuindo consideravelmente os riscos de erros nas aplicações, que no passado arranharam a imagem da aviação agrícola.
No bate-papo, aponta os custos operacionais, fortemente impactados pela oscilação cambial, como o desafio número 1 atualmente. Por outro lado, comemora uma recente conquista do setor: o sinal verde para as pulverizações aéreas no estado do Ceará, que estavam proibidas desde o final de 2018 e agora podem ser feitas com drones. No embalo deste assunto, reforça a ideia de que os debates acerca da aplicação aérea de defensivos precisam mudar, trocando o foco nas distâncias mínimas pela imposição de maior responsabilidade aos profissionais que trabalham no ramo.