É numa pequena propriedade rural, com apenas 2 hectares abertos, que o “seo" Ciro mantém viva uma tradição de pelo menos 4 décadas na família Moraes: a fabricação de doces artesanais. História iniciada pelas mãos de um tio-avô que enxergou na rapadura de cana-de-açúcar uma alternativa de subsistência. Anos depois, o menino que desde criança ajudava os pais na roça e aos 17 também aprendeu a fazer doces, tornou-se referência nesta arte na comunidade onde nasceu e vive em Nossa Senhora do Livramento.
Da agroindústria construída na própria casa saem aproximadamente 3 mil doces por semana, dos mais variados tipos e sabores, que conquistam facilmente os clientes. Sucesso visto no ritmo intenso dos trabalhos, desde o preparo nos tachos aquecidos na fornalha à lenha até a hora de embalar os produtos. A demanda gera emprego direto para 10 pessoas e ainda garante renda para outros produtores da região, que fornecem matéria-prima para o “seo" Ciro.
No bate-papo gravado no centro de memória da rapadura, construído em frente à agroindústria, nosso convidado revive momentos desta trajetória, emociona-se com as lembranças e revela segredos da produção que ganha escala sem abandonar os principais ingredientes: a simplicidade, o capricho e o respeito pela história que atravessa gerações.