Quando o assunto é algodão, o “seo" Décio Barreto Júnior fala com a propriedade e a tranquilidade de quem conhece muito bem o tema. Ainda criança, ajudava no preparo do solo, no plantio e na colheita, que naquela época ainda era manual. Filho e neto de agricultores que trocaram o campo pela indústria, ele deu sequência e prosperidade à empresa da família, sabendo agir estrategicamente em momentos difíceis. Entre eles, a crise do algodão na década de 80, quando o bicudo do algodoeiro praticamente dizimou a cultura no Ceará, levando o grupo a iniciar atividades fora da terra natal.
Referência no processamento do caroço para produção de óleo refinado, margarina, torta para alimentação animal e extração do linter, a empresa inaugurou em novembro sua primeira unidade em Mato Grosso, na cidade de Nova Mutum. No estado que lidera a produção de pluma no Brasil, a ampla disponibilidade do caroço de algodão atraiu investimento milionário da indústria com raiz cearense e 60 anos de história.
Moderna, com muita automação e tecnologia de ponta, a fábrica deve gerar 160 empregos diretos e 800 indiretos, movimentando a economia local e aquecendo a demanda pelo caroço, que pode chegar a 216 mil toneladas por ano quando a planta estiver operando "a todo vapor”.
No bate-papo, relembra histórias da jornada, revela os motivos da escolha por Mato Grosso para a instalação desta nova unidade e explica o que levou o grupo a desistir de implantar uma linha de producao de margarina na fábrica de Nova Mutum, que seria pioneira no estado.