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Vem aí uma revolução na ciência: isto tem tudo a ver consigo

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O ministro da Educação e o seu congénere da reforma do Estado decidiram pôs pés ao caminho para tentar retirar o Governo do atoleiro ideológico da imigração ou da educação sexual em que se tinha mergulhado. Em conjunto, anunciaram uma das maiores mudanças na orgânica do Ministério da Educação, Ciência e Inovação em muitos anos ou décadas. Fernando Alexandre falou num “virar de página”. No caso da ciência, sublinhou que em causa estavam organismos que deram o seu contributo para o país mas que hoje estão obsoletos. Referia-se à Fundação para a Ciência e Tecnologia e à Agência da Inovação. O ministro quer fundir estes dois organismos numa agência para a ciência e a inovação.

Para se reflectir e perceber o que está em causa, duas notas preliminares: primeiro, a política pública para a Ciência é nos nossos tempos um dos factores mais importantes para se medir o foco e as perspectivas de futuro de um país. Ou seja, é uma coisa demasiado importante para interessar apenas aos cientistas. Segundo, para se pensar no alcance desta mudança, convém notar que Fernando Alexandre é um economista. Um economista que, sublinhe-se, produziu um estudo para a Fundação Francisco Manuel dos Santos no qual dizia que um dos problemas da nossa economia é ser incapaz de criar produtos de valor acrescentado. Um país que fabrica mas não cria, um país que não sai da armadilha do rendimento médio.

Ora a criação nas economias modernas alicerça-se muito na ciência. O que o ministro quer em primeiro lugar é acelerar a ligação entre os centros de investigação e o mundo das empresas, pondo-os sob a égide da mesma agência. Nos últimos anos, Portugal fez um belo caminho na relação entre as universidades e as empresas. Transformações em sectores como o do calçado ou da têxtil não aconteceriam sem as universidades. Mas ainda há um longo caminho a percorrer. Veja-se por exemplo o número de doutorados que trabalham nas empresas: em 2012, eram 1246, ou seja, 5% do total; em 2023 eram já 3946, dez por cento de todos os doutorados. Um belo avanço, que ainda assim empalidece com o que se passa na Europa: na União, 56% dos doutorados trabalham nas empresas.

Será este o caminho para colocar a ciência e os cientistas portugueses mais ligados à necessidade de transformação estrutural da economia? Será que agora, como suspeitam alguns cientistas, a ciência passará a ser dominada pelo utilitarismo e não pelo saber, desligando-se, por exemplo, da investigação fundamental ou das ciências sociais e humanas. Para o episódio de hoje, convidámos José Carlos Caldeira, administrador do Inesc-Tec, uma instituição de referência na ligação ciência-empresas, e da produtec, pólo de tecnologias de produção. Foi ainda presidente da Agência da Inovação, que se vai extinguir. O seu percurso profissional fez-se sempre com um pé na ciência e outro no mundo da economia real.

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