Neste episódio do Perguntar Não Ofende, Daniel Oliveira conversa com João Leal Amado, professor catedrático e especialista em Direito do Trabalho, sobre o anteprojeto que altera quase 150 artigos da lei laboral. A proposta surge pouco depois da Agenda do Trabalho Digno e levanta questões sobre precariedade, despedimentos, outsourcing, direitos sindicais e parentalidade. Será esta reforma necessária para adaptar a lei à realidade ou um desequilíbrio que favorece apenas um lado? Uma análise profunda às mudanças que podem transformar as relações laborais em Portugal.

Neste epis&oacute;dio do Perguntar N&atilde;o Ofende, Daniel Oliveira conversa com Jo&atilde;o Leal Amado, professor catedr&aacute;tico e especialista em Direito do Trabalho, sobre o anteprojeto que altera quase 150 artigos da lei laboral. A proposta surge pouco depois da Agenda do Trabalho Digno e levanta quest&otilde;es sobre precariedade, despedimentos, outsourcing, direitos sindicais e parentalidade. Ser&aacute; esta reforma necess&aacute;ria para adaptar a lei &agrave; realidade ou um desequil&iacute;brio que favorece apenas um lado? Uma an&aacute;lise profunda &agrave;s mudan&ccedil;as que podem transformar as rela&ccedil;&otilde;es laborais em Portugal.

É mais que uma entrevista, é menos que um debate. É uma conversa com contraditório em que, no fim, é mesmo a opinião do convidado que interessa. Quase sempre sobre política, às vezes sobre coisas realmente interessantes. Um projeto jornalístico de Daniel Oliveira e João Martins. Imagem gráfica de Vera Tavares com Tiago Pereira Santos e música de Mário Laginha.

É mais que uma entrevista, é menos que um debate. É uma conversa com contraditório em que, no fim, é mesmo a opinião do convidado que interessa. Quase sempre sobre política, às vezes sobre coisas realmente interessantes. Um projeto jornalístico de Daniel Oliveira e João Martins. Imagem gráfica de Vera Tavares com Tiago Pereira Santos e música de Mário Laginha.

Conversas do Daniel Oliveira que Não Faz Chorar

Perguntar Não Ofende

É mais que uma entrevista, é menos que um debate. É uma conversa com contraditório em que, no fim, é mesmo a opinião do convidado que interessa. Quase sempre sobre política, às vezes sobre coisas realmente interessantes. Um projeto jornalístico de Daniel Oliveira e João Martins. Imagem gráfica de Vera Tavares e música de Mário Laginha.

&Eacute; mais que uma entrevista, &eacute; menos que um debate. &Eacute; uma conversa com contradit&oacute;rio em que, no fim, &eacute; mesmo a opini&atilde;o do convidado que interessa. Quase sempre sobre pol&iacute;tica, &agrave;s vezes sobre coisas realmente interessantes. Um projeto jornal&iacute;stico de Daniel Oliveira e Jo&atilde;o Martins. Imagem gr&aacute;fica de Vera Tavares e m&uacute;sica de M&aacute;rio Laginha.

Neste episódio do Perguntar Não Ofende, Daniel Oliveira conversa com João Leal Amado, professor catedrático e especialista em Direito do Trabalho, sobre o anteprojeto que altera quase 150 artigos da lei laboral

João Leal Amado: a nova lei laboral é tão desequilibrada como parece?

Luís Manuel Gonçalves Marques Mendes. É este um dos nomes que lhe aparecerá no boletim de voto, a 18 de janeiro. Ex-líder do PSD, partilha com o António José Seguro não ter consigo chegar a ir a votos, em legislativas. Natural de Fafe, formado em direito, começou a sua vida política cedo, como vice-presidente da Câmara, ainda com 19 anos. Foi deputado em seis legislaturas, líder parlamentar quando o atual Presidente da República era presidente do PSD, secretário de Estado dos assuntos parlamentares, secretário de Estado da Presidência e ministro adjunto de Cavaco Silva, assim como ministro dos Assuntos Parlamentares de Durão Barroso. Como começa a ser hábito nos candidatos à presidência do centro-direita, foi comentador, em horário nobre, canal generalista e a solo, durante anos. Foi o primeiro candidato a tornar pública a sua candidatura. Nestas eleições, tem uma vantagem e uma desvantagem, que são a mesma: é o candidato apoiado pelo partido que governa. Vantagem, porque é o partido mais votado e, não se afastando dessa base de apoio, Marques Mendes têm aparecido, consistentemente, como forte candidato a ir a uma segunda volta. Desvantagem, porque é um partido que concentra tal poder, que a teoria soarista de que os portugueses não gostam de pôr os ovos todos no mesmo cesto seria, neste caso, esmagadora. Nunca tantos ovos pesaram no mesmo cesto porque nunca um partido teve o governo, o parlamento, duas regiões autónomas, a maioria das câmaras, incluindo as cinco mais populosas. Mesmo perante isto, a sua campanha tem estado bastante colada ao governo e à AD. Com tanta concorrência à direita, saberá que só conquista quem tem base sólida. E, ainda assim, segundo as sondagens, uma parte importante dessa base ainda está por conquistar.

Lu&iacute;s Manuel Gon&ccedil;alves Marques Mendes. &Eacute; este um dos nomes que lhe aparecer&aacute; no boletim de voto, a 18 de janeiro. Ex-l&iacute;der do PSD, partilha com o Ant&oacute;nio Jos&eacute; Seguro n&atilde;o ter consigo chegar a ir a votos, em legislativas. Natural de Fafe, formado em direito, come&ccedil;ou a sua vida pol&iacute;tica cedo, como vice-presidente da C&acirc;mara, ainda com 19 anos. Foi deputado em seis legislaturas, l&iacute;der parlamentar quando o atual Presidente da Rep&uacute;blica era presidente do PSD, secret&aacute;rio de Estado dos assuntos parlamentares, secret&aacute;rio de Estado da Presid&ecirc;ncia e ministro adjunto de Cavaco Silva, assim como ministro dos Assuntos Parlamentares de Dur&atilde;o Barroso. Como come&ccedil;a a ser h&aacute;bito nos candidatos &agrave; presid&ecirc;ncia do centro-direita, foi comentador, em hor&aacute;rio nobre, canal generalista e a solo, durante anos. Foi o primeiro candidato a tornar p&uacute;blica a sua candidatura. Nestas elei&ccedil;&otilde;es, tem uma vantagem e uma desvantagem, que s&atilde;o a mesma: &eacute; o candidato apoiado pelo partido que governa. Vantagem, porque &eacute; o partido mais votado e, n&atilde;o se afastando dessa base de apoio, Marques Mendes t&ecirc;m aparecido, consistentemente, como forte candidato a ir a uma segunda volta. Desvantagem, porque &eacute; um partido que concentra tal poder, que a teoria soarista de que os portugueses n&atilde;o gostam de p&ocirc;r os ovos todos no mesmo cesto seria, neste caso, esmagadora. Nunca tantos ovos pesaram no mesmo cesto porque nunca um partido teve o governo, o parlamento, duas regi&otilde;es aut&oacute;nomas, a maioria das c&acirc;maras, incluindo as cinco mais populosas. Mesmo perante isto, a sua campanha tem estado bastante colada ao governo e &agrave; AD. Com tanta concorr&ecirc;ncia &agrave; direita, saber&aacute; que s&oacute; conquista quem tem base s&oacute;lida. E, ainda assim, segundo as sondagens, uma parte importante dessa base ainda est&aacute; por conquistar.

Luís Manuel Gonçalves Marques Mendes. É este um dos nomes que lhe aparecerá no boletim de voto, a 18 de janeiro. Ex-líder do PSD, partilha com o António José Seguro não ter consigo chegar a ir a votos, em legislativas

Presidenciais 2026 com Luís Marques Mendes: os portugueses querem mais um ovo no mesmo cesto?

Neste episódio do Perguntar Não Ofende, Miguel Carvalho apresenta as principais conclusões do seu livro Por Dentro do Chega, a mais extensa investigação sobre a ascensão e os bastidores do partido liderado por André Ventura. O jornalista descreve um movimento político que se constrói em torno de um culto de personalidade e de uma lógica de poder pessoal, mais do que de uma ideologia estruturada. As vozes de ex-dirigentes, citadas no livro, revelam um ambiente de manipulação interna, gravações clandestinas, disputas de poder e ausência de transparência financeira. Carvalho analisa o crescimento eleitoral do Chega, que se torna a segunda força política portuguesa em apenas seis anos. Explica que o partido capta um eleitorado popular, maioritariamente vindo do PCP e do PSD, desiludido com o sistema e atraído por um discurso de protesto simples e emocional. Compara o fenómeno à transformação populista de outros países europeus, sublinhando que Ventura se adapta ao “ar do tempo” e domina as dinâmicas mediáticas e digitais com grande eficácia. O jornalista destaca ainda o papel das redes sociais, dos media sensacionalistas e de movimentos religiosos radicais na consolidação do partido. Denuncia a ausência de rastreio dos candidatos, a entrada de figuras com antecedentes criminais e a permeabilidade do Chega a grupos extremistas. Para Carvalho, o partido vive numa bolha de desinformação e paranoia, alimentada por uma estrutura centralizada e autoritária. Por fim, Miguel Carvalho reflete sobre o papel do jornalismo na vigilância democrática. Assume ter sentido pressões durante a investigação, mas defende que a missão do repórter é resistir ao medo e expor as contradições do poder.

Neste epis&oacute;dio do Perguntar N&atilde;o Ofende, Miguel Carvalho apresenta as principais conclus&otilde;es do seu livro&nbsp;Por Dentro do Chega, a mais extensa investiga&ccedil;&atilde;o sobre a ascens&atilde;o e os bastidores do partido liderado por Andr&eacute; Ventura. O jornalista descreve um movimento pol&iacute;tico que se constr&oacute;i em torno de um culto de personalidade e de uma l&oacute;gica de poder pessoal, mais do que de uma ideologia estruturada. As vozes de ex-dirigentes, citadas no livro, revelam um ambiente de manipula&ccedil;&atilde;o interna, grava&ccedil;&otilde;es clandestinas, disputas de poder e aus&ecirc;ncia de transpar&ecirc;ncia financeira.&nbsp;Carvalho analisa o crescimento eleitoral do Chega, que se torna a segunda for&ccedil;a pol&iacute;tica portuguesa em apenas seis anos. Explica que o partido capta um eleitorado popular, maioritariamente vindo do PCP e do PSD, desiludido com o sistema e atra&iacute;do por um discurso de protesto simples e emocional. Compara o fen&oacute;meno &agrave; transforma&ccedil;&atilde;o populista de outros pa&iacute;ses europeus, sublinhando que Ventura se adapta ao &ldquo;ar do tempo&rdquo; e domina as din&acirc;micas medi&aacute;ticas e digitais com grande efic&aacute;cia.&nbsp;O jornalista destaca ainda o papel das redes sociais, dos media sensacionalistas e de movimentos religiosos radicais na consolida&ccedil;&atilde;o do partido. Denuncia a aus&ecirc;ncia de rastreio dos candidatos, a entrada de figuras com antecedentes criminais e a permeabilidade do Chega a grupos extremistas. Para Carvalho, o partido vive numa bolha de desinforma&ccedil;&atilde;o e paranoia, alimentada por uma estrutura centralizada e autorit&aacute;ria.&nbsp;Por fim, Miguel Carvalho reflete sobre o papel do jornalismo na vigil&acirc;ncia democr&aacute;tica. Assume ter sentido press&otilde;es durante a investiga&ccedil;&atilde;o, mas defende que a miss&atilde;o do rep&oacute;rter &eacute; resistir ao medo e expor as contradi&ccedil;&otilde;es do poder.

Neste episódio do Perguntar Não Ofende, Miguel Carvalho apresenta as principais conclusões do seu livro Por Dentro do Chega, a mais extensa investigação sobre a ascensão e os bastidores do partido liderado por André Ventura

Miguel Carvalho: o que se vê por dentro do Chega?

Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo. Será este o nome que aparecerá no boletim de voto, a 18 de janeiro de 2026. Retornado, mas sem contas a ajustar com o fim do Império, sobrinho de um comunista e de um homem do Estado Novo, filho de um opositor moderado ao salazarismo e amigo de Almeida Santos que fugiu do PREC para o Brasil. Tudo na biografia de Gouveia e Melo parece fadado a agradar a gregos e a troianos. E, no entanto, esteve longe de ser uma figura consensual entre os camaradas de armas. Para uns será vaidoso e ambicioso; para outros confiante e corajoso.

O seu sonho era ser Chefe de do Estado Maior da Armada, mas os portugueses ficaram a conhecê-lo antes de lá chegar, quando António Costa, para se livrar do cerco da oposição ao processo de vacinação, escolheu um militar que supostamente não tinha ambições políticas e seria deixado em paz. Uns dirão que foi a sua competência, outros que foi a farda, mas a sua autoridade foi aceite. E o PS criou o monstro (salvo seja) que não desejava. Já na chefia militar, deu muitas entrevistas e manteve a visibilidade, preparando o caminho para uma candidatura que já todos previam.

As sondagens dão-no como favorito, baralhando as contas habituais dos partidos. Mas quando começou a ter de falar de política, a ser realmente um político, começou também a cair. Não há consenso que sempre dure quando se tem de clarificar posições.

Os adversários apontam-lhe a inexperiência como principal problema. Uma folha em branco e só depois de tomar posse perceberemos que contrato assinámos. Os apoiantes a independência e a neutralidade partidária, que lhe darão equidistância em tempos difíceis. E a autoridade. Ajudada por uma farda que já não veste e também é vista como um problema.

Henrique Eduardo Passal&aacute;qua de Gouveia e Melo. Ser&aacute; este o nome que aparecer&aacute; no boletim de voto, a 18 de janeiro de 2026. Retornado, mas sem contas a ajustar com o fim do Imp&eacute;rio, sobrinho de um comunista e de um homem do Estado Novo, filho de um opositor moderado ao salazarismo e amigo de Almeida Santos que fugiu do PREC para o Brasil. Tudo na biografia de Gouveia e Melo parece fadado a agradar a gregos e a troianos. E, no entanto, esteve longe de ser uma figura consensual entre os camaradas de armas. Para uns ser&aacute; vaidoso e ambicioso; para outros confiante e corajoso.
O seu sonho era ser Chefe de do Estado Maior da Armada, mas os portugueses ficaram a conhec&ecirc;-lo antes de l&aacute; chegar, quando Ant&oacute;nio Costa, para se livrar do cerco da oposi&ccedil;&atilde;o ao processo de vacina&ccedil;&atilde;o, escolheu um militar que supostamente n&atilde;o tinha ambi&ccedil;&otilde;es pol&iacute;ticas e seria deixado em paz. Uns dir&atilde;o que foi a sua compet&ecirc;ncia, outros que foi a farda, mas a sua autoridade foi aceite. E o PS criou o monstro (salvo seja) que n&atilde;o desejava. J&aacute; na chefia militar, deu muitas entrevistas e manteve a visibilidade, preparando o caminho para uma candidatura que j&aacute; todos previam.
As sondagens d&atilde;o-no como favorito, baralhando as contas habituais dos partidos. Mas quando come&ccedil;ou a ter de falar de pol&iacute;tica, a ser realmente um pol&iacute;tico, come&ccedil;ou tamb&eacute;m a cair. N&atilde;o h&aacute; consenso que sempre dure quando se tem de clarificar posi&ccedil;&otilde;es.
Os advers&aacute;rios apontam-lhe a inexperi&ecirc;ncia como principal problema. Uma folha em branco e s&oacute; depois de tomar posse perceberemos que contrato assin&aacute;mos. Os apoiantes a independ&ecirc;ncia e a neutralidade partid&aacute;ria, que lhe dar&atilde;o equidist&acirc;ncia em tempos dif&iacute;ceis. E a autoridade. Ajudada por uma farda que j&aacute; n&atilde;o veste e tamb&eacute;m &eacute; vista como um problema.

Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo. Será este o nome que aparecerá no boletim de voto, a 18 de janeiro de 2026. Retornado, mas sem contas a ajustar com o fim do Império, sobrinho de um comunista e de um homem do Estado Novo, filho de um opositor moderado ao salazarismo e amigo de Almeida Santos que fugiu do PREC para o Brasil

João Leal Amado: a nova lei laboral é tão desequilibrada como parece?

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