Depois de negociações entre a Ucrânia e os EUA, no último fim-de-semana, Steve Witkoff e Jared Kushner, os enviados de Donald Trump, reuniram-se, ontem, de novo, com o presidente russo. Era suposto que Witkoff apresentasse a Putin a versão mais recente do plano de 28 pontos anunciado por Trump e que, entre outras medidas, implicava que a Ucrânia cedesse à Rússia território que está sob o seu domínio, reduzisse o seu efectivo militar e renunciasse por completo a aderir à NATO.
A primeira versão do plano terá sido coordenada directamente entre Witkoff e Kirill Dmitriev, o negociador russo, sem participação ucraniana. Witkoff terá, inclusive, dado instruções sobre como influenciar Trump.
Ontem, antes de receber Witkoff, Putin disse que a Rússia está preparada agora mesmo para uma guerra com a Europa e ordenou a criação de uma zona de segurança ao longo da fronteira com a Ucrânia. O presidente russo diz que os europeus fazem exigências inaceitáveis e que tentam impedir a concretização do plano norte-americano para o fim da guerra. “Eles não têm um programa de paz, estão do lado da guerra”.
Pedro Ponte e Sousa, professor de Relações Internacionais da Universidade Portucalense e investigador do IPRI faz o balanço destas negociações.