O Papa está vivo e o padre Krohn está preso. Na óptica do padre espanhol significa que correu tudo mal: se o plano tivesse resultado, por esta altura estariam ambos mortos — e Krohn seria um mártir. Em vez disso, vai passar os próximos meses a ser interrogado pelas autoridades portuguesas, a quem decide contar tudo, desde o primeiro instante. Em outubro desse mesmo ano, quando começa o julgamento, a situação vai piorar ainda mais: os juízes vão ter dúvidas sobre a sua capacidade de ser julgado. É verdade que confessou tudo, mas Krohn será um verdadeiro criminoso ou apenas um louco? Para responder a essa pergunta vão ser precisos meses — e muitas horas de conversa, de testes e de avaliações psiquiátricas.
Seria preciso esperar bem mais para decifrar o mistério do sangue encontrado nas roupas de João Paulo II na noite do atentado: só em 2008, três anos depois da morte do Papa e mais de 25 anos depois do atentado, é que o seu secretário particular vai finalmente quebrar o silêncio.