Marcelo Rebelo de Sousa considera que “é preciso divulgar o inquérito de caracterização das pessoas em situação de sem-abrigo, para sabermos quem são”, ao mesmo tempo que avisa que “precisamos de saber qual é a estratégia do governo”. “As autarquias devem ter planos municipais para os sem-abrigo”, defende o Presidente da República, mas “a estratégia tem de ser nacional, mesmo que a execução seja local”. Agora que vamos entrar em ano de eleições autárquicas, Marcelo entende que “um dos pontos de debate eleitoral tem de ser a habitação e, dentro do dossiê da habitação, os sem-abrigo são um tema essencial”.
O Presidente da República, que tem dado uma atenção especial à questão das pessoas em situação de sem-abrigo, está preocupado com a evolução deste flagelo e avisa que, “se houver outra vez em 2024 um aumento em Lisboa e Porto na ordem dos 20%, o assunto não pode ser tratado com indiferença pelas populações e pelo Estado, local e central”. Marcelo tem vindo a dizer que, em 50 anos de Democracia, “o ponto onde falhámos mais foi no combate à pobreza”. “Com as crises, temos dificuldade em dar grande prioridade ao combate à pobreza e à condição de sem-abrigo”, lembra o presidente, e quando isso acontece “uma parte da sociedade fica irreversivelmente para trás”. “Se um quinto fica para trás, é a sociedade como um todo que sofre”, enfatiza Marcelo. O chefe do Estado lembra à “parte da sociedade que nasceu no lado da rua com sol” que “tem de dar atenção ao combate à pobreza”.
Neste episódio, conversamos com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.