Os franceses retornam às urnas no próximo domingo para o segundo turno da eleição legislativa que pode resultar no primeiro governo de direita radical do país desde a ocupação nazista da 2ª Guerra ou na ausência de uma maioria consolidada. Se uma nova maioria de legisladores contrários ao presidente Emmanuel Macron for confirmada, ele será forçado a nomear um adversário político como primeiro-ministro. O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu à frente no primeiro turno das eleições parlamentares da França, realizado no último domingo. Segundo o Ministério do Interior francês, a sigla obteve 33% dos votos. A Nova Frente Popular, um grande bloco de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos, e o bloco centrista do presidente Emmanuel Macron, terminou em terceiro lugar, com 20% dos votos. Projeções de pesquisas indicam que o Reagrupamento Nacional terá o maior número de assentos na próxima Assembleia Nacional, mas não está claro se alcançará a maioria absoluta de 289 dos 577 assentos. Em entrevista à Rádio Eldorado, o doutor em ciência política e pesquisador na Universidade do Minho e no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po Paris) Thomás de Barros definiu o quadro político francês como “uma incógnita”. Segundo ele, Macron precisa se aliar à esquerda, mas há setores desse bloco que resistem à impopularidade do atual governo.