A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29), que decorre em Bacu, no Azerbaijão, até ao final desta semana, parece ter apenas um assunto: financiamento. Como é que vamos pagar a transição de que os países precisam levar a cabo para conseguir manter as emissões sob controlo e e adaptar os territórios a um clima cada vez mais imprevisível?
Para nos situar no labirinto do financiamento da COP29, ouvimos João Pinto, director da Católica Porto Business School (CPBS). Professor de Finanças, é também consultor do Banco Europeu de Investimento e do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento nas áreas de inovação financeira, avaliação de projetos de investimento e finanças sustentáveis.
Na conversa, João Pinto explica o que ficou por tratar na cimeira do clima do ano passado - a COP28, que teve lugar no Dubai - e o exercício complexo deste ano, em que os países negoceiam o chamado Novo Objectivo Colectivo Quantificado (NCQG, na sigla em inglês). Além disso, é preciso pensar que não apenas os valores que estão actualmente em cima da mesa estão aquém das necessidades reais dos países - “fico preocupado porque estamos a falar apenas de uma parte do tema da sustentabilidade”, afirma, recordando que a acumulação de gases com efeito de estufa na atmosfera é apenas um dos vários limites planetários que é preciso abordar.
Com a COP29 a coincidir este ano com uma reunião do G20, o grupo das maiores economias mundiais, o director da CPBS assinala que “a acção climática não pode ficar confinada nas reuniões da ONU”. Caso não seja trazida para outros fóruns, “a acção climática corre o risco de ficar isolada das políticas económicas reais”.
Por fim, questionado sobre como a acção climática pode ser um motor do crescimento económico (como preconiza o relatório elaborado por Mario Draghi), o investigador sublinha a importância de continuar a investir na literacia de sustentabilidade no seio das empresas.
No podcast Azul, falamos de assuntos complexos de forma simples, do clima à biodiversidade, da atmosfera aos oceanos, dos glaciares à poluição, da energia à sustentabilidade.
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