Não tem data, não tem hora, não tem local: se você é uma pessoa negra, o racismo vai te alcançar em algum momento. Na última sexta-feira, 26, durante uma partida de vôlei da Superliga B Feminina, três jogadoras relataram terem ouvido sons imitando macacos na arquibancada. Dani Suco, Camilly Ornellas e Thaís Oliveira, que defendem o Tijuca Tênis Clube, denunciaram usando suas redes sociais, e o caso ganhou repercussão nacional. Até agora, porém, ninguém foi punido. O programa #128 do Ubuntu Esporte Clube recebe as atletas para falar do assunto, seus desdobramentos e compreender o modus operandi do esporte brasileiro, que se mantém racista em sua medula.

Ubuntu Esporte Clube, um podcast no qual Rafaelle Seraphim, Diego Moraes, Marcos Luca Valentim, Pedro Moreno e Thales Ramos trazem uma visão afrocentrada sobre o esporte, cultura, política e demais assuntos no Globoesporte.com. Na cultura africana, Ubuntu quer dizer "Eu sou porque nós somos". Inspirado nisso, e acreditando que tudo que fazemos é em prol da melhoria do mundo e da nossa comunidade, sentimos que faltavam olhares mais diversos sobre assuntos que gostamos, nos afetam, incomodam e emocionam no nosso cotidiano.

Movidos por trazer um olhar único sobre a informação e a notícia, cinco jornalistas negros se reuniram para refletir sob uma perspectiva diferente dentro do ambiente esportivo. Contar histórias, preservar a tradição e passar ensinamentos adiante são elementos fundamentais africanos. Mas não é disso que trata também o jornalismo? 

Na cultura africana, a roda é muito presente. Danças de roda, roda de samba, capoeira, giras do candomblé, rodas de contação de histórias, onde  grandes contadores  responsáveis pela tradição oral africana, preservam e transmitem as tradições para o seu povo. Tudo a ver com o que vamos fazer aqui.

Nunca perdendo de vista o que importa. 

Nós somos o esporte. O esporte somos todos nós.

Ubuntu.

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