O quadro que o ministro de Estado e das Finanças traçou na Assembleia da República sobre as perspectivas da economia e das finanças públicas para o próximo ano é um bálsamo de optimismo. Portugal continuará a crescer, indiferente aos sinais de crise da Europa e do mundo.

O Governo de Portugal continuará a arrecadar mais receitas do que a gastar em despesas, o tal excedente de 0,1%. Portugal continuará a reduzir a sua dívida pública, colocando-a no próximo ano abaixo dos 90% do PIB, a riqueza nacional produzida num ano. Portugal está com contas tão saudáveis que continuará a reduzir a carga fiscal aos seus cidadãos e às empresas. O primeiro-ministro Luís Montenegro diz que Portugal é hoje um farol na Europa. Ouve-se Joaquim Morais Sarmento e somos levados a acreditar que sim.

Mas, há sempre um mas. Os partidos da oposição não acreditam na visão radiosa do futuro, mas isso faz parte das regras do jogo democrático. O problema é que instituições independentes, como o Conselho de Finanças Públicas, também parecem não acreditar. Num relatório divulgado no final da semana passada, o Conselho é arrasador. Não apenas por pôr em causa as contas do Governo, garantindo que em vez de um excedente, Portugal caminha para um défice de 0,6% em 2026. Mas Principalmente por considerar que o Governo está a desenvolver uma estratégia que relembra “práticas que no passado limitaram a transparência e a credibilidade da política orçamental”. O que quer isto dizer? Apenas uma coisa: que os números deste orçamento são duvidosos e manipulados com fins políticos.

No dia em que se começa a discussão em plenário para a votação do orçamento na generalidade, amanhã, como é que nós, cidadãos, podemos balancear as garantias do Governo com as críticas do Conselho de Finanças Públicas? Para nos ajudar, contamos com a participação neste episódio de Ricardo Arroja. Ricardo Arroja é economista, professor universitário e desempenhou até Junho o cargo de presidente da AICEP, a agência do estado para o investimento e o comércio externo.

O quadro que o ministro de Estado e das Finan&ccedil;as tra&ccedil;ou na Assembleia da Rep&uacute;blica sobre as perspectivas da economia e das finan&ccedil;as p&uacute;blicas para o pr&oacute;ximo ano &eacute; um b&aacute;lsamo de optimismo. Portugal continuar&aacute; a crescer, indiferente aos sinais de crise da Europa e do mundo.
O Governo de Portugal continuar&aacute; a arrecadar mais receitas do que a gastar em despesas, o tal excedente de 0,1%. Portugal continuar&aacute; a reduzir a sua d&iacute;vida p&uacute;blica, colocando-a no pr&oacute;ximo ano abaixo dos 90% do PIB, a riqueza nacional produzida num ano. Portugal est&aacute; com contas t&atilde;o saud&aacute;veis que continuar&aacute; a reduzir a carga fiscal aos seus cidad&atilde;os e &agrave;s empresas. O primeiro-ministro Lu&iacute;s Montenegro diz que Portugal &eacute; hoje um farol na Europa. Ouve-se Joaquim Morais Sarmento e somos levados a acreditar que sim.
Mas, h&aacute; sempre um mas. Os partidos da oposi&ccedil;&atilde;o n&atilde;o acreditam na vis&atilde;o radiosa do futuro, mas isso faz parte das regras do jogo democr&aacute;tico. O problema &eacute; que institui&ccedil;&otilde;es independentes, como o Conselho de Finan&ccedil;as P&uacute;blicas, tamb&eacute;m parecem n&atilde;o acreditar. Num relat&oacute;rio divulgado no final da semana passada, o Conselho &eacute; arrasador. N&atilde;o apenas por p&ocirc;r em causa as contas do Governo, garantindo que em vez de um excedente, Portugal caminha para um d&eacute;fice de 0,6% em 2026. Mas Principalmente por considerar que o Governo est&aacute; a desenvolver uma estrat&eacute;gia que relembra &ldquo;pr&aacute;ticas que no passado limitaram a transpar&ecirc;ncia e a credibilidade da pol&iacute;tica or&ccedil;amental&rdquo;. O que quer isto dizer? Apenas uma coisa: que os n&uacute;meros deste or&ccedil;amento s&atilde;o duvidosos e manipulados com fins pol&iacute;ticos.
No dia em que se come&ccedil;a a discuss&atilde;o em plen&aacute;rio para a vota&ccedil;&atilde;o do or&ccedil;amento na generalidade, amanh&atilde;, como &eacute; que n&oacute;s, cidad&atilde;os, podemos balancear as garantias do Governo com as cr&iacute;ticas do Conselho de Finan&ccedil;as P&uacute;blicas? Para nos ajudar, contamos com a participa&ccedil;&atilde;o neste epis&oacute;dio de Ricardo Arroja. Ricardo Arroja &eacute; economista, professor universit&aacute;rio e desempenhou at&eacute; Junho o cargo de presidente da AICEP, a ag&ecirc;ncia do estado para o investimento e o com&eacute;rcio externo.

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