Acabaram os dias da ansiedade que os portugueses, e em especial os portugueses do sul, viveram nos dois últimos anos. Acabaram as imagens de barragens vazias, acabaram as reportagens com agricultores preocupados com a extinção da sua actividade, acabaram as restrições ao consumo no Algarve. Depois de tantos dias de chuva intensa, há agricultores, em especial no Ribatejo, que pedem agora às autoridades para libertarem água retida na albufeira de Castelo de Bode. Só assim, dizem, haverá condições para evitar que a chuva anunciada para estes dias inunde os campos, estrague culturas e adie as plantações da Primavera.

O retrato em meados de Março era este: as reservas das barragens agrícolas ou de fins múltiplos estavam a 89% da sua capacidade. Mais 20% do que em Outubro. Ao longo deste mês, o armazenamento de água aumentou em 12 bacias hidrográficas e só se manteve ou caiu ligeiramente em três. No mapa nacional da água, só há duas regiões com os níveis de aprovisionamento abaixo dos 50%, o barlavento algarvio e a bacia do rio Mira. O Alqueva, a grande reserva estratégica nacional, estava nos 96%. Com a chuva anunciada para estes e os próximos dias, a situação folgada tenderá ainda a melhorar.

Portugal pode assim respirar de alívio. Mas na era da crise climática e dos fenómenos climáticos extremos, que tanto provocam secas severas como cheias trágicas, precisa de olhar para o que aí pode vir. A gestão da água é declarada por todos os especialistas como uma necessidade crítica do país. Portugal só usa 10% dos seus recursos hídricos, em especial na agricultura, mas entre o norte húmido e o sul seco há dois mundos diferentes que convém considerar. O plano Água que une, recentemente apresentado pelo Governo, é uma tentativa de regressar às grandes estratégias para a gestão da água que incluem os planos de fomento dos governos de Salazar ou o Alqueva. Será suficiente?

José Pedro Salema é um técnico e gestor com conhecimento e experiência de anos para dar respostas a estes desafios. Licenciado em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia, mestre em Gestão de empresas, com um MBA pela Universidade Católica Portuguesa, José Pedro Salema é há anos o rosto do sucesso do Alqueva. Preside à EDIA, empresa de desenvolvimento e infra-estruturas do Alqueva. Fez parte do grupo de trabalho que apresentou a estratégia do programa Água que Une.

Acabaram os dias da ansiedade que os portugueses, e em especial os portugueses do sul, viveram nos dois &uacute;ltimos anos. Acabaram as imagens de barragens vazias, acabaram as reportagens com agricultores preocupados com a extin&ccedil;&atilde;o da sua actividade, acabaram as restri&ccedil;&otilde;es ao consumo no Algarve. Depois de tantos dias de chuva intensa, h&aacute; agricultores, em especial no Ribatejo, que pedem agora&nbsp;&agrave;s autoridades para libertarem &aacute;gua retida na albufeira de Castelo de Bode. S&oacute; assim, dizem, haver&aacute; condi&ccedil;&otilde;es para evitar que a chuva anunciada para estes dias inunde os campos, estrague culturas e adie as planta&ccedil;&otilde;es da Primavera.
O retrato em meados de Mar&ccedil;o era este: as reservas das barragens agr&iacute;colas ou de fins m&uacute;ltiplos estavam a 89% da sua capacidade. Mais 20% do que em Outubro. Ao longo deste m&ecirc;s, o armazenamento de &aacute;gua aumentou em 12 bacias hidrogr&aacute;ficas e s&oacute; se manteve ou caiu ligeiramente em tr&ecirc;s. No mapa nacional da &aacute;gua, s&oacute; h&aacute; duas regi&otilde;es com os n&iacute;veis de aprovisionamento abaixo dos 50%, o barlavento algarvio e a bacia do rio Mira. O Alqueva, a grande reserva estrat&eacute;gica nacional, estava nos 96%. Com a chuva anunciada para estes e os pr&oacute;ximos dias, a situa&ccedil;&atilde;o folgada tender&aacute; ainda a melhorar.
Portugal&nbsp;pode assim respirar de al&iacute;vio. Mas na era da crise clim&aacute;tica e dos fen&oacute;menos clim&aacute;ticos extremos, que tanto provocam secas severas como cheias tr&aacute;gicas, precisa de olhar para o que a&iacute; pode vir. A gest&atilde;o da &aacute;gua &eacute; declarada por todos os especialistas como uma necessidade cr&iacute;tica do pa&iacute;s. Portugal s&oacute; usa 10% dos seus recursos h&iacute;dricos, em especial na agricultura, mas entre o norte h&uacute;mido e o sul seco h&aacute; dois mundos diferentes que conv&eacute;m considerar. O plano &Aacute;gua que une, recentemente apresentado pelo Governo, &eacute; uma tentativa de regressar &agrave;s grandes estrat&eacute;gias para a gest&atilde;o da &aacute;gua que incluem os planos de fomento dos governos de Salazar ou o Alqueva. Ser&aacute; suficiente?
Jos&eacute; Pedro Salema &eacute; um t&eacute;cnico e gestor com conhecimento e experi&ecirc;ncia de anos para dar respostas a estes desafios. Licenciado em Engenharia Agron&oacute;mica pelo Instituto Superior de Agronomia, mestre em Gest&atilde;o de empresas, com um MBA pela Universidade Cat&oacute;lica Portuguesa, Jos&eacute; Pedro Salema &eacute; h&aacute; anos o rosto do sucesso do Alqueva. Preside &agrave;&nbsp;EDIA, empresa de desenvolvimento e&nbsp;infra-estruturas&nbsp;do Alqueva. Fez parte do grupo de trabalho que apresentou a estrat&eacute;gia do programa &Aacute;gua que Une.

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