Já morreram dezenas de pessoas em Moçambique, desde o começo da contestação após os indícios de fraude nas últimas eleições. Esta segunda vaga de protestos, convocada pelo candidato presidencial da oposição, Venâncio Mondlane, teve mais consequências desta vez nas províncias de Zambézia e de Nampula, onde um posto administrativo foi incendiado em retaliação pela morte de manifestantes. Por outro lado, os protestos terão descido de intensidade em Maputo por cansaço de quem protesta e por necessidade de quem precisa de se sustentar.
A população ficou com que órfã de um Messias e precisa de esperança e de alguém com discurso, diz João Feijó. Este sociólogo e investigador moçambicano considera que a geografia eleitoral mudou em torno de um sentimento anti-Frelimo. Neste episódio, João Feijó observa que a Frelimo vive numa realidade paralela. Qual é a solução? Ninguém sabe.