A Polícia moçambicana dispersou, ontem, no centro de Maputo, as manifestações pacíficas convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial do partido Podemos, depois de dois elementos da sua campanha terem sido mortos a tiro numa emboscada.
A Comissão Europeia classificou como “bastante preocupantes” as “notícias de dispersão violenta” em Maputo e disse que “continua a monitorizar” o desenrolar da situação. A União Africana também condenou a violência pós-eleitoral e apelou à "calma".
Moçambique foi a votos no dia 9, para escolher o futuro presidente da República, os presidentes dos governos provinciais e os deputados parlamentares, mas a Comissão Nacional de Eleições ainda não divulgou os resultados oficiais.
As contagens provinciais já conhecidas dão vantagem à Frelimo, o partido no poder, e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo, e colocam em segundo lugar o pequeno partido Podemos, de Venâncio Mondlane.
Todavia, Mondelane, que foi o candidato presidencial desta força extra-parlamentar, depois da Renamo ter rejeitado a sua candidatura, reclamou vitória. António Rodrigues, jornalista do Público e autor do podcast Na Terra dos Cacos, explica-nos o que está em causa nesta crise política em Moçambique.