Em 2015, na França, lideranças de quase 200 países assinaram um tratado histórico por um planeta mais sustentável e com menos fumaça. O Acordo de Paris é o documento que até hoje baliza decisões e parâmetros ambientais para atingir a meta estabelecida há quase uma década: limitar o aquecimento global em até 2°C, mas com esforços para que não ultrapassasse 1,5°C.
Em 2024, contudo, ultrapassou. De acordo com o serviço de mudança climática do observatório europeu Copernicus, o ano passado foi o primeiro na história a registrar um planeta 1,5°C mais quente do que na média pré-industrial, de 1850-1900, quando as nações industrializadas começaram a explorar combustíveis fósseis.
É sob esse pano de fundo que o republicano Donald Trump volta à Casa Branca, com um discurso ainda mais refratário à pauta ambiental do que em seu mandato anterior – quando chegou a tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. Um cenário desafiador que irá exigir ainda mais do Brasil, especialmente porque é o ano em que o país sediará a COP30, em Belém, no Pará.
Para explicar o que significa a superação da marca do 1,5°C no termômetro da Terra e analisar como a conjuntura política e econômica interfere nas pautas ambientais, Natuza Nery entrevista Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP e integrante do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. Neste episódio, ele também alerta sobre quais cidades brasileiras podem chegar a quase 50°C e conta o que disse a Lula e aos chefes dos outros Poderes em 2024.