Negação da ciência, incentivo às aglomerações, piadas sobre a vacina... Desde a chegada do coronavírus ao Brasil, o presidente Jair Bolsonaro colocou em dúvida e desafiou recomendações de autoridades de saúde para frear o avanço da pandemia. Mas não foi só ele. A tragédia assistida em Manaus expõe uma série de erros, passando pelo ministro da Saúde, pelo governador do Amazonas e o prefeito da capital. Existe espaço responsabilização dos agentes públicos? Para responder a esta questão, Renata Lo Prete recebe dois convidados neste episódio: Vanja Santos, integrante da Mesa Diretora do Conselho Nacional de Saúde, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, e Oscar Vilhena, diretor da FGV de São Paulo e integrante da Comissão Arns. Ela diz que ministério mal se reuniu com o conselho e não seguiu nenhuma de suas recomendações. "A gente fica meio à deriva", afirma ela ao contar sobre relação entre os dois órgãos. Oscar Vilhena detalha quais são as consequências jurídicas e políticas a que Bolsonaro e Eduardo Pazuello podem ser submetidos. "Há duas formas de enquadramento, uma de crime comum. Outras, de crime de responsabilidade", o último que pode acarretar processo de impeachment. Ele explica que autoridades estaduais e municipais também podem ser responsabilizadas. "Estamos pendurados na Câmara dos Deputados. A cobrança deve ser feita em relação aos deputados", ele conclui, ao lembrar que quem pode fazer andar um processo contra o presidente são esses parlamentares.