O ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Silvinei Vasques, foi preso na operação da Polícia Federal desta quarta-feira (9) - que também expediu quase 50 mandados para ouvir servidores envolvidos na operação que teve mais de 600 focos de atuação, a maior parte delas em estradas do Nordeste, durante o 2º turno das eleições de 2022. A principal evidência da PF são os documentos que mostram o planejamento da operação, baseado no mapa de cidades nas quais Lula (PT) teve desempenho superior a 75% dos votos no 1º turno. Para explicar em que pé está o trabalho da PF e as próximas etapas, Natuza Nery recebe Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo. Neste episódio:
- Malu relata os bastidores de sua reportagem que revelou a existência de uma “reunião secreta” entre Silvinei Vasques e mais 50 servidores da PRF para organizar a operação que seria direcionada “para prejudicar a movimentação de eleitores de Lula no dia do 2º turno da eleição”. “Houve um trabalho muito grande para esconder o objeto da reunião e compromisso de que ninguém falasse sobre o que aconteceu”, revela;
- Ela analisa o que significa a descoberta do mapa usado por agentes da PRF para estruturar a operação. “Agora fica claro que a PF faz uma investigação em etapas, começando pelo Silvinei”, afirma a jornalista. “E tenho a informação de que a próxima etapa é colocar o Torres na cena e, a partir disso, colocar Bolsonaro na cena”;
- Malu comenta o que disseram Anderson Torres e Silvinei Vasques em reuniões internas e nas declarações à investigação da PF: “Silvinei falou que a operação não era da PRF, mas do Ministério da Justiça. Tudo encaminha nosso entendimento para perceber que havia uma missão”, conta;
- A jornalista também fala sobre o “jogo estratégico” entre a PF e os parlamentares bolsonaristas para investigar e para defender Jair Bolsonaro: “O ex-presidente tem certeza de que será preso”.