A quase dois meses das eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau tudo são dúvidas e entre as poucas certezas está a de que Umaro Sissoco Embaló transformou o seu mandato na presidência num exercício de autoritarismo, de interpretação ad hoc da Constituição, inclusive dos limites temporais do seu mandato: deviam ter sido cinco anos, deviam ter terminado a 27 de Fevereiro, mas seguem e seguirão até ao próximo ano, garantindo ao Presidente da Guiné-Bissau um mandato de seis anos que ele próprio instituiu para si.

Perante este cenário de deriva autoritária de Embaló, de instrumentalização dos poderes judiciais e legislativos, de perseguição a políticos opositores e activistas, sujeitos a violência física, acusações judiciais e repressão dos seus direitos, de silenciamento da imprensa independente (levando até ao encerramento das delegações da RTP, RDP e Agência Lusa e à expulsão dos seus jornalistas do país), estranha-se o silêncio de Portugal (e da CPLP, de que a Guiné-Bissau tem a presidência nesta altura), que tantos elogios teve para Embaló (Marcelo Rebelo de Sousa até lhe deu uma das mais importantes condecorações portuguesas).

Além da situação guineense, neste episódio também conversamos sobre o Sudão do Sul e de como a detenção e as acusações contra o vice-presidente Riek Macharcolocam o país mais jovem do mundo à beira de uma nova guerra civil entre os apoiantes do Presidente Salva Kiir e os de Machar (que estiveram em guerra entre 2013 e 2018).

Na segunda parte, o sociólogo João Feijó, investigador do Observatório do Meio Rural e arguto observador da realidade política moçambicana, conversa connosco sobre o diálogo intrapartidário em Moçambique, a inclusão ou não do recém-formado partido de Venâncio Mondlane nesse diálogo e os prós e contras dessa inclusão. Uma conversa em que se fala também da aproximação de Mondlane ao partido Chega em Portugal e a essa internacional de extrema-direita que tem Donald Trump como referência.

A quase dois meses das elei&ccedil;&otilde;es legislativas e presidenciais na Guin&eacute;-Bissau tudo s&atilde;o d&uacute;vidas e entre as poucas certezas est&aacute; a de que&nbsp;Umaro&nbsp;Sissoco&nbsp;Embal&oacute; transformou&nbsp;o seu mandato na presid&ecirc;ncia num exerc&iacute;cio de autoritarismo, de interpreta&ccedil;&atilde;o&nbsp;ad&nbsp;hoc&nbsp;da Constitui&ccedil;&atilde;o, inclusive dos limites temporais do seu mandato: deviam ter sido cinco anos, deviam ter terminado a 27 de Fevereiro, mas seguem e seguir&atilde;o at&eacute; ao pr&oacute;ximo ano, garantindo ao Presidente da Guin&eacute;-Bissau um mandato de seis anos que ele pr&oacute;prio instituiu para si.
Perante este cen&aacute;rio de deriva autorit&aacute;ria de&nbsp;Embal&oacute;, de instrumentaliza&ccedil;&atilde;o dos poderes judiciais e legislativos, de persegui&ccedil;&atilde;o a pol&iacute;ticos opositores e activistas, sujeitos a viol&ecirc;ncia f&iacute;sica,&nbsp;acusa&ccedil;&otilde;es judiciais&nbsp;e repress&atilde;o dos seus direitos, de silenciamento da imprensa independente (levando at&eacute; ao encerramento das delega&ccedil;&otilde;es da RTP, RDP e Ag&ecirc;ncia Lusa e &agrave; expuls&atilde;o dos seus jornalistas do pa&iacute;s), estranha-se o sil&ecirc;ncio de Portugal (e da CPLP, de que a Guin&eacute;-Bissau tem a presid&ecirc;ncia nesta altura), que&nbsp;tantos elogios teve&nbsp;para&nbsp;Embal&oacute;&nbsp;(Marcelo Rebelo de Sousa at&eacute; lhe deu uma das mais importantes condecora&ccedil;&otilde;es portuguesas).
<a></a>Al&eacute;m da situa&ccedil;&atilde;o guineense, neste epis&oacute;dio tamb&eacute;m conversamos sobre o Sud&atilde;o do Sul e de como a deten&ccedil;&atilde;o e as acusa&ccedil;&otilde;es contra o vice-presidente&nbsp;Riek&nbsp;Macharcolocam&nbsp;o pa&iacute;s mais jovem do mundo &agrave; beira de uma nova guerra civil entre os apoiantes do Presidente Salva&nbsp;Kiir&nbsp;e os de&nbsp;Machar&nbsp;(que estiveram em guerra entre 2013 e 2018).
Na segunda parte,&nbsp;o soci&oacute;logo Jo&atilde;o Feij&oacute;, investigador do Observat&oacute;rio do Meio Rural e arguto observador da realidade pol&iacute;tica mo&ccedil;ambicana, conversa connosco sobre o di&aacute;logo intrapartid&aacute;rio em Mo&ccedil;ambique, a inclus&atilde;o ou n&atilde;o do rec&eacute;m-formado partido de Ven&acirc;ncio Mondlane nesse di&aacute;logo e os pr&oacute;s e contras dessa inclus&atilde;o. Uma conversa em que se fala tamb&eacute;m da aproxima&ccedil;&atilde;o de Mondlane ao&nbsp;partido Chega&nbsp;em Portugal e a essa internacional de extrema-direita que tem&nbsp;Donald&nbsp;Trump como refer&ecirc;ncia.

Como dizia Eduardo White, os países africanos são hoje cacos dos sonhos que partiram ontem. António Rodrigues e Elísio Macamo discutem, a cada duas semanas, como colá-los.

Como dizia Eduardo White, os países africanos são hoje cacos dos sonhos que partiram ontem. António Rodrigues e Elísio Macamo discutem, a cada duas semanas, como colá-los.

António Rodrigues e Elísio Macamo discutem, a cada duas semanas, a actualiade africana.

Na Terra dos Cacos

 Os temas africanos no centro do debate.

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