Nos Estados Unidos os tribunais já experimentaram avaliar os perigos de reincidência dos reclusos através da inteligência artificial. A experiência resultou em decisões discriminatórias. A origem étnica foi ponderada pelo algoritmo como um fator de perigo sem que o critério tenha sido adicionado pela mão humana. A verdade é que há decisões dos computadores que ninguém sabe, ainda, explicar. São as chamadas “black box”. A inteligência artificial também já chegou à saúde e foi muito utilizada como ferramenta de apoio à triagem da covid-19. Mas como se protegem os utilizadores de decisões erradas quando não há intervenção humana? São desafios à inovação, à ética das empresas e à lei que a União Europeia ainda tenta fechar. Ouça este episódio do Justiça Sem Códigos, da jornalista Ana Peneda Moreira, com a habitual análise do advogado Paulo de Sá e Cunha e esta semana também com a advogada Inês Antas de Barros, especialista em inteligência artificial.