Ana Figueiredo: “Quando fazia apresentações levava sempre uma fotografia que dizia: ‘Quando for grande não quero ser princesa, quero ser CEO’”
Nasceu em Lisboa, em 1974. Viveu com os pais e os avós em Benfica, mas foi na linha de Cascais que cresceu. Aprendeu a ler e a escrever muito cedo para conseguir comunicar com o avô que tinha problemas de audição. Foi pela mão do avô que entrou no ténis e era com ele que ia ver os jogos do Benfica.…
Pedro Boucherie Mendes: “Os meus avós na Bélgica já tinham um portão que abria com telecomando, televisão a cores e gelados de pauzinho. Achava tudo aquilo espantoso! Nós aqui comíamos Tulicreme e lá já eu comia Nutella”
Nasceu em 1970, em Angola, onde viveu seis meses. A família mudou-se para Braga, por causa do trabalho do pai, mas foi na Linha de Cascais, na Parede, que cresceu. O nome Boucherie, de origem belga, vem do lado materno. Em criança visitava os avós muitas vezes na Bélgica e recorda “dois mundos tota…
Kalaf: “Por causa da guerra éramos proibidos de brincar com pistolas. Os meus pais ofereciam-nos livros da Disney que nos faziam sonhar”
Nasceu e cresceu em Benguela, Angola, durante a guerra civil. Os pais proibiram-no de brincar com pistolas, levava o dia a ler e a desenhar com o irmão, que é hoje artista plástico. Viajou pela primeira vez para Portugal aos sete anos, por causa de um acidente no olho esquerdo. Os médicos angolanos…
Teresa Burnay: “Os meus pais chegaram a Portugal e começaram do zero, com três malas e três filhas, parecia que vinhamos de férias”
Nasceu em outubro de 1974, em Lisboa, mas não viveu sempre em Portugal. Os pais, um “bocadinho hippies”, decidiram voltar para Angola quando nasceu, numa altura em que muitos faziam o sentido contrário. Da “primeira infância" recorda a farda do MPLA que era obrigada a usar na escola e a professora …
Bernardo Pires de Lima: “Nunca vi o meu avô como um alto quadro do antigo regime. Via-o como o meu avô, de quem gostava muito”
Nasceu em Lisboa, em 1979. Cresceu rodeado de vizinhos, amigos e de mais de 30 primos. A família vivia “sem grandes dificuldades” em Carcavelos e com 10 anos, Bernardo agarrava na bicicleta e ia para a praia. Os pais casaram um ano depois de nascer e por isso diz ser um “produto do 25 de Abril”. Se…
Joana Vasconcelos: "Andava num berçário com o símbolo de uma foice e um biberão, os pais revolucionários é que tomavam conta de nós. A certa altura a minha mãe achou que aquilo não era boa ideia"
Nasceu em 1971, em Paris, três anos antes do 25 de Abril. O pai fugiu da Guerra Colonial para Paris e casou com a mãe por correspondência. A família regressou a Portugal no verão de 1974, mas um ano antes, com apenas 2 anos, já tinha viajado para Lisboa “sozinha” - "Vim passar o Natal. Mandaram-me …
Gonçalo Matias: “Há 20 anos tínhamos dificuldades no acesso à informação e tínhamos uma enciclopédia em casa para consultar. Hoje os meus filhos têm acesso a muita informação, mas muita dela é má e manipulada. Continuamos a formar as pessoas para um mundo que já não existe”
“Acho que sou um cosmopolita e por isso esta fotografia aos comandos de um avião resume algumas das minhas paixões”. A infância foi privilegiada e com apenas 2 anos, em 1981, já viajava de avião com os pais. Aos 5 anos, já vestia a toga do pai a subia ao sofá para discursar. Sempre teve o dom da or…
Rui Vitória: “Depois do jogo os jogadores já nao procuram ver se a prestação foi boa ou má, chegam ao balneário e agarram-se aos telemóveis. O que importa é ser reconhecido socialmente, a palavra do treinador tem menos impacto”
Nasceu e cresceu a ver os pais a trabalhar de "manhã à noite". O irmão, aos 17 anos, entrou nas famosas “oficinas de Alverca” e foi um "alívio" para os pais - o mais velho já tinha o "futuro garantido". Rui Vitória nunca pensou chegar ao topo. Se não fosse jogador, treinaror e professor, teria sido…
Tiago Mota Saraiva: “Para mim a luta contra o fascismo era passado. A minha desilusão é saber que as minhas filhas vão ser confrontadas com essa luta”
Nasceu em 1976, cresceu e viveu no Estoril. O pai trabalhou em vários sindicatos, nomeadamente no sindicato do metalúrgicos, foi artista gráfico e plástico e desenhou alguns dos autocolantes do PPD que fazem parte da coleção de José Pacheco Pereira. Em criança passava tardes nos centros de congress…
Irmãos Nuno e Ana Markl: “O nosso pai, de esquerda, zangava-se muito com os amigos por causa da política e hoje as pessoas estão a zangar-se outra vez”
Não é todos os dias que Ana e Nuno Markl se sentam para abrir o livro. São duas figuras incontornáveis da rádio, televisão e redes sociais, mas nem sempre confortáveis com tanta exposição mediática. A “ditadura das audiências” assusta-os, mas pior é a ditadura do ódio que se está instalar no debate…