Durante muito tempo, ser adulto foi seguir um roteiro conhecido: sair da casa dos pais, casar, ter filhos, conquistar estabilidade no trabalho, comprar um imóvel. A vida adulta era uma etapa bem definida — e, muitas vezes, inevitável.
Mas esse roteiro começou a falhar.
Hoje, as pessoas entram na vida adulta carregando dúvidas, recomeços, pressões e redefinições.
A idade já não diz tanto.
Tem quem chegue aos 30 dividindo apartamento, tem quem chegue aos 60 começando uma nova carreira, tem quem adie filhos — ou escolha não ter —, quem repense o próprio corpo, quem substitua a lista de metas por um pedido de terapia.
O que antes era visto como um ponto de chegada virou um campo de negociação permanente.
As gerações mais jovens parecem viver esse impasse com mais intensidade: querem controle, mas enfrentam incertezas.
Querem independência, mas herdaram instabilidades.
Mas não são só os mais jovens que estão reinventando a adultez.
As gerações mais velhas também estão em movimento. Pessoas de 50, 60, 70 anos estão recusando o papel de “encerramento”.
Querem continuar protagonistas, querem mais tempo pra si.
A verdade é que a adultez, hoje, parece ter perdido os contornos definidos… e ganhado uma nova complexidade.
Talvez a pergunta não seja mais quando a gente se torna adulto — mas o que significa ser adulto agora.
Túlio Custódio vai investigar, junto com Marina Roale - Head de Insights no Grupo Consumoteca - como a vida adulta está sendo transformada — por quem ainda está entrando nela, e por quem já está vivendo esse capítulo há muito tempo.