O pintor holandês Vincent Van Gogh fez quatro pinturas de girassóis em 1888 para decorar a sala do artista Paul Gauguin. O francês tinha uma casa de paredes amarelas em Arles, no sul da França, e as flores de mesmo tom pelas quais ele era fascinado seriam penduradas naquelas paredes.
Hoje, uma dessas pinturas, “Girassóis”, é avaliada em 506 milhões de reais e foi parar no acervo da National Gallery, em Londres. Na semana passada, porém, duas ativistas ambientais arremessaram duas latas de sopa de tomate no quadro.
As duas são manifestantes do Just Stop Oil, algo como “parem com o petróleo”. Essa não é a primeira vez que pessoas desse grupo atacam obras de arte para chamar atenção e tentar pressionar governos a parar de usar combustíveis fósseis.
Obras como "A Última Ceia", "Mona Lisa", ambas de Leonardo Da Vinci, e “A Carroça de Feno”, de John Constable, foram alvo recentes de protestos desse estilo.
Com o crescimento da tendência, algumas perguntas pairam no ar: por que ativistas escolheram protestar dentro de museus para reivindicar mudanças ambientais? Será que os museus estão se tornando cada vez mais um palco de discussões políticas, ou devem permanecer como locais intocados, consagrados somente às artes?
No Expresso Ilustrada desta semana, Giselle Beiguelman, artista plástica e autora de “Políticas da Imagem – Vigilância e Resistência na Dadosfera”, comenta o fenômeno e explica como os museus se tornaram um espaço de protestos.