Não é difícil entender por que os Paris Sneakers, da Balenciaga, chamaram tanta atenção. Chacota na internet, os tênis aparecem caindo aos pedaços, com rabiscos e tecido rasgado, num visual que remete à sujeira e chega a custar mais de R$ 9.000.
Bolsas em formato de saco de lixo, casacos furados e botas com respingos de tinta são outros itens de grifes famosas que também causaram polêmica e uma enxurrada de memes quando foram divulgados, tempos atrás. Isso porque não é todo dia que vemos roupas e acessórios capengas ganharem o status de luxo e, principalmente, custarem milhares de dólares.
Mas algumas perguntas surgem no rastro desse burburinho. Por que uma grife lança peças que nada parecem ter a ver com elegância? Quem as compra? E por quê?
Isso é a discussão desta semana no Expresso Ilustrada, que entrevista a influenciadora Malu Borges e a antropóloga especializada em consumo Hilaine Yaccoub.
"Vivemos a era do causar", diz a antropóloga. "As pessoas querem comprar algo que será transformado em conteúdo e, com isso, ganhar a chance de aparecer e se destacar."
Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Carolina Moraes, que também assinam o roteiro.