Logo depois do Carnaval fora de época no feriado de Tiradentes, o rapper Orochi subiu ao palco num grande evento na Sapucaí, templo do samba carioca, para cantar a música "Lobo".

O artista não faz exatamente o tipo de música mais identificada com o Carnaval, mas essa música sintética e viajada era parte da trilha sonora da cidade, dos sons automotivos às caixinhas de som que são febre nas praias.

Além de alavancar a carreira do próprio Orochi, a faixa teve uma importância extra —marcou a transição de MC Poze do Rodo, expoente do funk em 150 BPM, que estava no auge do sucesso em 2019, para o trap, espelhando uma movimentação do próprio Rio.

A Mainstreet, selo do Orochi com o sócio dele, o Lang, é casa de vários artistas que têm seguido esse caminho —caso do próprio Poze do Rodo, do Borges, do Bielzin, do Chefin, entre outros.

Os artistas da Mainstreet não foram os primeiros e nem os únicos a fazer trap no Rio. Mas até o ano passado, o gênero feito na capital fluminense ainda não tinha tido os números no streaming e a penetração nacional que tem hoje, pulverizado na voz de artistas como MD Chefe, TZ da Coronel, Filipe Ret, Xamã, Maneirinho e L7nnon.

Agora, esses artistas estão emplacando um hit atrás do outro e tentam trazer a "cultura de favela" para o trap, segundo o Lang, sócio do selo. Isso porque, para ele, esse movimento chegou mais elitizado ao Brasil, através de pessoas que ouviam música estrangeira. Agora, quem tá fazendo e ouvindo esse gênero, é uma camada social do Rio que sempre esteve bem mais ligada ao funk.

No episódio desta semana, a gente conversa com o Lucas Brêda, repórter de música da Folha, ​que escreveu sobre o assunto, sobre quais são os principais artistas do trap carioca e como essas músicas abordam temas como ostentação, racismo e violência policial nesses hits.

Logo depois do Carnaval fora de &eacute;poca no feriado de Tiradentes, o rapper Orochi subiu ao palco num grande evento na Sapuca&iacute;, templo do samba carioca, para cantar a m&uacute;sica "Lobo".
O artista n&atilde;o faz exatamente o tipo de m&uacute;sica mais identificada com o Carnaval, mas essa m&uacute;sica sint&eacute;tica e viajada era parte da trilha sonora da cidade, dos sons automotivos &agrave;s caixinhas de som que s&atilde;o febre nas praias.
Al&eacute;m de alavancar a carreira do pr&oacute;prio Orochi, a faixa teve uma import&acirc;ncia extra &mdash;marcou a transi&ccedil;&atilde;o de MC Poze do Rodo, expoente do funk em 150 BPM, que estava no auge do sucesso em 2019, para o trap, espelhando uma movimenta&ccedil;&atilde;o do pr&oacute;prio Rio.
A Mainstreet, selo do Orochi com o s&oacute;cio dele, o Lang, &eacute; casa de v&aacute;rios artistas que t&ecirc;m seguido esse caminho &mdash;caso do pr&oacute;prio Poze do Rodo, do Borges, do Bielzin, do Chefin, entre outros.
Os artistas da Mainstreet n&atilde;o foram os primeiros e nem os &uacute;nicos a fazer trap no Rio. Mas at&eacute; o ano passado, o g&ecirc;nero feito na capital fluminense ainda n&atilde;o tinha tido os n&uacute;meros no streaming e a penetra&ccedil;&atilde;o nacional que tem hoje, pulverizado na voz de artistas como MD Chefe, TZ da Coronel, Filipe Ret, Xam&atilde;, Maneirinho e L7nnon.
Agora, esses artistas est&atilde;o emplacando um hit atr&aacute;s do outro e tentam trazer a "cultura de favela" para o trap, segundo o Lang, s&oacute;cio do selo. Isso porque, para ele, esse movimento chegou mais elitizado ao Brasil, atrav&eacute;s de pessoas que ouviam m&uacute;sica estrangeira. Agora, quem t&aacute; fazendo e ouvindo esse g&ecirc;nero, &eacute; uma camada social do Rio que sempre esteve bem mais ligada ao funk.
No epis&oacute;dio desta semana, a gente conversa com o Lucas Br&ecirc;da, rep&oacute;rter de m&uacute;sica da Folha, ​que escreveu sobre o assunto, sobre quais s&atilde;o os principais artistas do trap carioca e como essas m&uacute;sicas abordam temas como ostenta&ccedil;&atilde;o, racismo e viol&ecirc;ncia policial nesses hits.

No fim das tardes de quinta-feira, sempre às 16h, você vai escutar um programa com as principais histórias e notícias do mundo das artes. O Expresso Ilustrada, podcast de cultura da Folha, vai falar de filmes, discos, livros, séries de TV, peças de teatro e de moda. O programa está disponível em todas as plataformas

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