Tiago Albuquerque, autor do cartoon de Passos Coelho como vampiro: "Sou uma pessoa terrível, um cartunista que apontou uma arma carregada ao Passos Coelho através de um desenho"Que magia é esta dos cartoons que os faz sempre regressar, à boleia da inovação no desenho ou de reações efusivas?
Há cem anos nascia Samuel Torres de Carvalho, conhecido por SAM, cartunista português que marcou pelo humor absurdo. Foi várias vezes censurado pelo Estado Novo. Na edição do Expresso, de 7 de Fevereiro de 1973, já prevendo a situação apresentou sete desenhos diferentes, todos foram recusados pelos censores. A exposição "Não Ria. O humor é um assunto muito sério", com obras do artista, pode se vista no Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa.
Nos 50 anos do 25 de abril, em campanha eleitoral nas recentes legislativas, um cartoon deu que falar, com acusações de “terrrorismo emocional”, “imbecilidade” e "inaceitável". A propósito do surgimento do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho na campanha, a RTP emitiu um cartoon que mostrava Passos Coelho como Nosferatu, um vampiro, a reaparecer de dentro de um caixão.
O que há nos cartoons que faz despertar uma exaltação especial? Algo mudou desde os tempos de SAM, ou há mais semelhanças do que diferenças? De que forma é que estas reações influenciam a liberdade criativa dos artistas?
Tiago Guerreiro, ilustrador e um dos responsáveis pela exposição dos 100 anos de SAM e Tiago Albuquerque, autor do cartoon sobre Passos Coelho que gerou polémica, tentam encontrar respostas.