Nas últimas semanas, uma série de cidades brasileiras foi atingida por tempestades de areia semelhantes às que aparecem em ficções, como a aventura distópica Mad Max. No filme, lançado em 1981, os personagens vivem em um futuro seco, onde a água é escassa, o que torna fenômenos como esse mais frequentes.

Tempestades de areia são registrados no Brasil anualmente de forma pontual em períodos de seca, mas casos recentes, como os da região de Franca e Ribeirão Preto, chamam atenção pela proporção, força e frequência. Além das duas cidades paulistas, municípios de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Maranhão também sofreram com o problema.

A incidência do fenômeno tem relação tanto com fatores locais quanto de âmbito mais amplo. Uma das principais variáveis é a devastação recorde da Amazônia, cuja evapotranspiração (umidade liberada no ambiente pelas árvores) regula o regime de chuvas de outras partes do País, como a região sudeste.

O fenômeno também tem impacto na agricultura. As rajadas de vento afetam ainda mais o solo já castigado pela seca, ao remover as camadas mais superficiais, onde está a maior riqueza de nutrientes (inclusive os agrícolas) e microorganismos.

Além do meio ambiente, as nuvens de poeira podem trazer sérios problemas à nossa saúde. O fenômeno pode ser prejudicial para crianças, idosos e quem já sofre com problemas respiratórios, como doença pulmonar obstrutiva crônica, asma e rinite ou sinusite.

No episódio do Estadão Notícias desta quarta-feira, vamos conversar com a pesquisadora  Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB), e uma das participantes do grupo de trabalho do IPCC da ONU. Ela vai explicar o fenômeno, suas causas e consequências. Também convidados o médico pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Gustavo Prado, para entender quais as consequências que nuvens de poeiras como as que atingiram Franca tem para a saúde.

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Apresentação: Emanuel Bomfim

Produção/Edição: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg, Ana Paula Niederauer e Victor Farias

Sonorização/Montagem: Moacir Biasi

Nas &uacute;ltimas semanas, uma s&eacute;rie de cidades brasileiras foi atingida por tempestades de areia semelhantes &agrave;s que aparecem em fic&ccedil;&otilde;es, como a aventura dist&oacute;pica Mad Max. No filme, lan&ccedil;ado em 1981, os personagens vivem em um futuro seco, onde a &aacute;gua &eacute; escassa, o que torna fen&ocirc;menos como esse mais frequentes.
Tempestades de areia s&atilde;o registrados no Brasil anualmente de forma pontual em per&iacute;odos de seca, mas casos recentes, como os da regi&atilde;o de Franca e Ribeir&atilde;o Preto, chamam aten&ccedil;&atilde;o pela propor&ccedil;&atilde;o, for&ccedil;a e frequ&ecirc;ncia. Al&eacute;m das duas cidades paulistas, munic&iacute;pios de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goi&aacute;s e Maranh&atilde;o tamb&eacute;m sofreram com o problema.
A incid&ecirc;ncia do fen&ocirc;meno tem rela&ccedil;&atilde;o tanto com fatores locais quanto de &acirc;mbito mais amplo. Uma das principais vari&aacute;veis &eacute; a devasta&ccedil;&atilde;o recorde da Amaz&ocirc;nia, cuja evapotranspira&ccedil;&atilde;o (umidade liberada no ambiente pelas &aacute;rvores) regula o regime de chuvas de outras partes do Pa&iacute;s, como a regi&atilde;o sudeste.
O fen&ocirc;meno tamb&eacute;m tem impacto na agricultura. As rajadas de vento afetam ainda mais o solo j&aacute; castigado pela seca, ao remover as camadas mais superficiais, onde est&aacute; a maior riqueza de nutrientes (inclusive os agr&iacute;colas) e microorganismos.
Al&eacute;m do meio ambiente, as nuvens de poeira podem trazer s&eacute;rios problemas &agrave; nossa sa&uacute;de. O fen&ocirc;meno pode ser prejudicial para crian&ccedil;as, idosos e quem j&aacute; sofre com problemas respirat&oacute;rios, como doen&ccedil;a pulmonar obstrutiva cr&ocirc;nica, asma e rinite ou sinusite.
No epis&oacute;dio do Estad&atilde;o Not&iacute;cias desta quarta-feira, vamos conversar com a pesquisadora&nbsp; Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB), e uma das participantes do grupo de trabalho do IPCC da ONU. Ela vai explicar o fen&ocirc;meno, suas causas e consequ&ecirc;ncias. Tamb&eacute;m convidados o m&eacute;dico pneumologista do Hospital Alem&atilde;o Oswaldo Cruz, Gustavo Prado, para entender quais as consequ&ecirc;ncias que nuvens de poeiras como as que atingiram Franca tem para a sa&uacute;de.
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Apresenta&ccedil;&atilde;o: Emanuel Bomfim
Produ&ccedil;&atilde;o/Edi&ccedil;&atilde;o: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg, Ana Paula Niederauer e Victor Farias
Sonoriza&ccedil;&atilde;o/Montagem: Moacir Biasi

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