A vitória no Peru do candidato da esquerda Pedro Castillo, um professor rural, que superou a candidata da direita Keiko Fujimori, confirmou uma tendência no continente sul-americano pela escolha de nomes mais progressistas. O país segue o ritmo da Bolívia que elegeu no ano passado Luis Arce, do Movimento ao Socialismo, e da Argentina, com o candidato da esquerda, Alberto Fernández. Especialistas apontam que essa nova guinada à esquerda no continente pode influenciar também na eleição brasileira do ano que vem.

A mudança nesses países abalou a onda conservadora e o eixo ideológico desse grupo, liderado por Brasil, Chile e Colômbia. No Chile, a assembleia que redigirá a nova Constituição do país, a partir do mês que vem, será marcada pela diversidade e pela pouca influência dos partidos tradicionais e das grandes coalizões. A direita ligada ao presidente Sebastián Piñera sofreu uma forte derrota e, apesar da coligação com o Partido Republicano, de extrema direita, não conseguiu eleger nem um terço do plenário.

Já na Colômbia, um projeto de reforma tributária deu início a uma onda de protestos que já dura mais de um mês. O que começou com uma revolta contra a proposta de aumento de impostos para a classe média, se transformou em um levante popular contra o presidente de direita Iván Duque, com manifestações diárias e confrontos violentos entre civis e policiais.

No Brasil, pelo menos 170 cidades brasileiras participaram de mobilizações que levaram milhares às ruas no dia 29 de maio, reivindicando a vacinação em massa da população, o retorno do auxílio emergencial de R$ 600,00 e pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Também está em curso uma CPI que busca reunir provas de possível irresponsabilidade do governo federal na gestão da pandemia. E segundo a última pesquisa do Datafolha,  o cenário eleitoral para 2022 mostra o ex-presidente Lula (PT) com 41% das intenções de voto, enquanto o atual presidente aparece com 23%. Então, mesmo em países onde a direita governa, o pêndulo da alternância de poder está mudando novamente.

Para analisar o cenário das últimas eleições em países vizinhos, conversamos com o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Roberto Goulart Menezes. E para tentar entender como será o embate entre direita e esquerda na eleição presidencial do Brasil, em 2022, falamos com o cientista político da FGV, Claudio Couto.

O episódio tem também a participação dos deputados federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Marcelo Brum (PSL-RS), que opinam e fazem projeções sobre as eleições do ano que vem.

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Apresentação: Emanuel Bomfim

Produção/Edição: Gustavo Lopes,  Julia Corá, Ana Paula Niederauer, Jefferson Perleberg  e Taísa Medeiros

Sonorização/Montagem: Moacir Biasi

A vit&oacute;ria no Peru do candidato da esquerda Pedro Castillo, um professor rural, que superou a candidata da direita Keiko Fujimori, confirmou uma tend&ecirc;ncia no continente sul-americano pela escolha de nomes mais progressistas. O pa&iacute;s segue o ritmo da Bol&iacute;via que elegeu no ano passado Luis Arce, do Movimento ao Socialismo, e da Argentina, com o candidato da esquerda, Alberto Fern&aacute;ndez. Especialistas apontam que essa nova guinada &agrave; esquerda no continente pode influenciar tamb&eacute;m na elei&ccedil;&atilde;o brasileira do ano que vem.
A mudan&ccedil;a nesses pa&iacute;ses abalou a onda conservadora e o eixo ideol&oacute;gico desse grupo, liderado por Brasil, Chile e Col&ocirc;mbia. No Chile, a assembleia que redigir&aacute; a nova Constitui&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s, a partir do m&ecirc;s que vem, ser&aacute; marcada pela diversidade e pela pouca influ&ecirc;ncia dos partidos tradicionais e das grandes coaliz&otilde;es. A direita ligada ao presidente Sebasti&aacute;n Pi&ntilde;era sofreu uma forte derrota e, apesar da coliga&ccedil;&atilde;o com o Partido Republicano, de extrema direita, n&atilde;o conseguiu eleger nem um ter&ccedil;o do plen&aacute;rio.
J&aacute; na Col&ocirc;mbia, um projeto de reforma tribut&aacute;ria deu in&iacute;cio a uma onda de protestos que j&aacute; dura mais de um m&ecirc;s. O que come&ccedil;ou com uma revolta contra a proposta de aumento de impostos para a classe m&eacute;dia, se transformou em um levante popular contra o presidente de direita Iv&aacute;n Duque, com manifesta&ccedil;&otilde;es di&aacute;rias e confrontos violentos entre civis e policiais.
No Brasil, pelo menos 170 cidades brasileiras participaram de mobiliza&ccedil;&otilde;es que levaram milhares &agrave;s ruas no dia 29 de maio, reivindicando a vacina&ccedil;&atilde;o em massa da popula&ccedil;&atilde;o, o retorno do aux&iacute;lio emergencial de R$ 600,00 e pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Tamb&eacute;m est&aacute; em curso uma CPI que busca reunir provas de poss&iacute;vel irresponsabilidade do governo federal na gest&atilde;o da pandemia. E segundo a &uacute;ltima pesquisa do Datafolha,&nbsp; o cen&aacute;rio eleitoral para 2022 mostra o ex-presidente Lula (PT) com 41% das inten&ccedil;&otilde;es de voto, enquanto o atual presidente aparece com 23%. Ent&atilde;o, mesmo em pa&iacute;ses onde a direita governa, o p&ecirc;ndulo da altern&acirc;ncia de poder est&aacute; mudando novamente.
Para analisar o cen&aacute;rio das &uacute;ltimas elei&ccedil;&otilde;es em pa&iacute;ses vizinhos, conversamos com o professor de Rela&ccedil;&otilde;es Internacionais da Universidade de Bras&iacute;lia, Roberto Goulart Menezes. E para tentar entender como ser&aacute; o embate entre direita e esquerda na elei&ccedil;&atilde;o presidencial do Brasil, em 2022, falamos com o cientista pol&iacute;tico da FGV, Claudio Couto.
O epis&oacute;dio tem tamb&eacute;m a participa&ccedil;&atilde;o dos deputados federais S&acirc;mia Bomfim (PSOL-SP) e Marcelo Brum (PSL-RS), que opinam e fazem proje&ccedil;&otilde;es sobre as elei&ccedil;&otilde;es do ano que vem.
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Apresenta&ccedil;&atilde;o: Emanuel Bomfim
Produ&ccedil;&atilde;o/Edi&ccedil;&atilde;o: Gustavo Lopes,&nbsp; Julia Cor&aacute;, Ana Paula Niederauer, Jefferson Perleberg&nbsp; e Ta&iacute;sa Medeiros
Sonoriza&ccedil;&atilde;o/Montagem: Moacir Biasi

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