Por causa das inúmeras reclamações de usuários brasileiros, o Twitter anunciou, nesta semana, que a plataforma no Brasil receberá o recurso para denúncia de desinformação, ainda em fase de testes. De acordo com a empresa, a eleição de 2022 pesou para que o país fosse integrado ao experimento.

Testado nos Estados Unidos, Austrália e Coreia do Sul, o recurso já recebeu quase 4 milhões de denúncias referentes a dois milhões de diferentes tuítes publicados por 64 mil contas distintas, segundo a plataforma.

A pressão para que o Twitter tomasse medidas mais restritivas contra publicações contendo desinformação sobre a covid-19, vinha se intensificando. Na primeira semana do ano, a plataforma afirmou que acompanhava a discussão e “avaliava revisões” em suas políticas.

A política de exigir a remoção de um conteúdo foi aplicada recentemente contra o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Ele teve de excluir uma publicação na qual descrevia a vacinação de crianças contra a covid como “infanticídio”. Naquela ocasião, usuários usaram a hashtag “DerrubaMalafaia” para pedir que o Twitter fosse além e banisse o pastor da plataforma.

Para o diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio), Fabro Steibel, a medida sozinha pode não ser o suficiente. “É uma ótima notícia, ela é eficaz, mas é ineficiente sozinha”, disse o executivo ao podcast. Ele também explica que o processo de denúncia deve vir acompanhado de uma série de verificações de conteúdo feita por profissionais da checagem.

Fabro também falou sobre o debate em torno da liberdade de expressão e do conteúdo massivo difundido por desinformadores profissionais. “Não é a liberdade de expressão que está em jogo, é um modelo de negócio que produz esse conteúdo falso”, afirmou o especialista.

No episódio do podcast desta quinta-feira, 20, você encontra a entrevista completa com o diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio), Fabro Steibel.

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Apresentação: Gustavo Lopes

Produção/Edição: Jefferson Perleberg e Gabriela Forte

Montagem: Moacir Biasi

Por causa das in&uacute;meras reclama&ccedil;&otilde;es de usu&aacute;rios brasileiros, o Twitter anunciou, nesta semana, que a plataforma no Brasil receber&aacute; o recurso para den&uacute;ncia de desinforma&ccedil;&atilde;o, ainda em fase de testes. De acordo com a empresa, a elei&ccedil;&atilde;o de 2022 pesou para que o pa&iacute;s fosse integrado ao experimento.
Testado nos Estados Unidos, Austr&aacute;lia e Coreia do Sul, o recurso j&aacute; recebeu quase 4 milh&otilde;es de den&uacute;ncias referentes a dois milh&otilde;es de diferentes tu&iacute;tes publicados por 64 mil contas distintas, segundo a plataforma.
A press&atilde;o para que o Twitter tomasse medidas mais restritivas contra publica&ccedil;&otilde;es contendo desinforma&ccedil;&atilde;o sobre a covid-19, vinha se intensificando. Na primeira semana do ano, a plataforma afirmou que acompanhava a discuss&atilde;o e &ldquo;avaliava revis&otilde;es&rdquo; em suas pol&iacute;ticas.
A pol&iacute;tica de exigir a remo&ccedil;&atilde;o de um conte&uacute;do foi aplicada recentemente contra o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vit&oacute;ria em Cristo. Ele teve de excluir uma publica&ccedil;&atilde;o na qual descrevia a vacina&ccedil;&atilde;o de crian&ccedil;as contra a covid como &ldquo;infantic&iacute;dio&rdquo;. Naquela ocasi&atilde;o, usu&aacute;rios usaram a hashtag &ldquo;DerrubaMalafaia&rdquo; para pedir que o Twitter fosse al&eacute;m e banisse o pastor da plataforma.
Para o diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio), Fabro Steibel, a medida sozinha pode n&atilde;o ser o suficiente. &ldquo;&Eacute; uma &oacute;tima not&iacute;cia, ela &eacute; eficaz, mas &eacute; ineficiente sozinha&rdquo;, disse o executivo ao podcast. Ele tamb&eacute;m explica que o processo de den&uacute;ncia deve vir acompanhado de uma s&eacute;rie de verifica&ccedil;&otilde;es de conte&uacute;do feita por profissionais da checagem.
Fabro tamb&eacute;m falou sobre o debate em torno da liberdade de express&atilde;o e do conte&uacute;do massivo difundido por desinformadores profissionais. &ldquo;N&atilde;o &eacute; a liberdade de express&atilde;o que est&aacute; em jogo, &eacute; um modelo de neg&oacute;cio que produz esse conte&uacute;do falso&rdquo;, afirmou o especialista.
No epis&oacute;dio do podcast desta quinta-feira, 20, voc&ecirc; encontra a entrevista completa com o diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio), Fabro Steibel.
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Apresenta&ccedil;&atilde;o: Gustavo Lopes
Produ&ccedil;&atilde;o/Edi&ccedil;&atilde;o: Jefferson Perleberg e Gabriela Forte
Montagem: Moacir Biasi

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