A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou ontem que o fenômeno La Niña , que diminui as temperaturas, deve acontecer ainda este ano, mas não vai ser suficiente para reverter o aquecimento global. O fenômeno tem o efeito inverso do El Niño e ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, causando menos calor e mais chuva em algumas regiões. O La Niña produz impactos climáticos opostos ao El Niño, especialmente em regiões tropicais, como o Brasil. No país, os efeitos devem ser: aumento de chuvas no Norte e no Nordeste, tempo seco no Centro-Sul com chuvas mais irregulares, tendência de tempo mais seco no Sul e condição mais favorável para a entrada de massas de ar frio no Brasil com maior variação térmica. Em entrevista à Rádio Eldorado, a pesquisadora de agrometeorologia Denise Fontana, professora da faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, disse que o fenômeno deve ser curto e não vai alterar o aquecimento que estamos vivendo. “O La Niña não tem poder de contrapor o aquecimento, não tem a capacidade de resfriar a atmosfera”, afirmou.