A desvalorização do real frente ao dólar tem se ampliado nos últimos dias após o afrouxamento da política fiscal do governo e a crescente tensão entre Israel e o Irã. Além disso, houve uma sinalização do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que o ritmo de redução da taxa Selic pode ser reduzido, caso as incertezas da economia interna prossigam e os Estados Unidos demorem para baixar os juros. Isso pôs fim ao consenso que existia no mercado sobre o resultado da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no mês que vem. Embora a estimativa de um corte de 0,5 ponto porcentual ainda seja majoritária, algumas casas financeiras passaram a trabalhar com um corte de 0,25 ponto porcentual já em maio - o que levaria a taxa básica de juros para 10,50% ao ano, ante os atuais 10,75% ao ano. De 33 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, quatro já diminuíram a expectativa para a próxima reunião. Em entrevista à Rádio Eldorado, o economista Mauro Rochlin, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), disse que é difícil controlar os fatores externos que afetam a economia brasileira, mas ressaltou que o País “precisa fazer a lição de casa e cuidar da política fiscal”.