A Bolívia foi palco ontem de uma tentativa de golpe de Estado, encabeçada por um militar que havia sido destituído na véspera do cargo de comandante do Exército. Por cerca de quatro horas, o general Juan José Zúñiga ignorou a própria demissão e cercou com blindados o palácio presidencial em La Paz. O pretexto era exigir mudanças no governo do esquerdista Luis Arce. Zúñiga tem se posicionado contra a tentativa do ex-presidente esquerdista Evo Morales, hoje barrado pela Justiça, de disputar as eleições do ano que vem. Sem apoio da oposição e criticado pela comunidade internacional, o general foi preso e acusou Arce de encenar um “autogolpe” para ganhar popularidade. Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor de Relações Internacionais da ESPM Roberto Uebel, considerou a tentativa de golpe como um fato isolado, mas disse que a mobilização pode ter influência nas eleições presidenciais de 2025. “Foi uma intentona golpista personalista que me parece isolada, mas terá repercussões políticas”, afirmou.