O governo da Austrália prometeu endurecer a legislação sobre armas de fogo, um dia após o pior atentado realizado no país em quase 30 anos. O ataque, em que dois atiradores, pai e filho, mataram 15 pessoas e feriram outras 40, durante festa judaica em uma famosa praia de Sydney, levantou questionamentos sobre se as leis australianas, que estão entre as mais rigorosas do mundo, precisam ser reformuladas. Segundo a polícia australiana, o terrorista mais velho, Sajid Akram, possuía porte de armas desde 2015, além de seis armas registradas.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse que o ataque parece ter sido “motivado pela ideologia” do grupo jihadista Estado Islâmico. Além de explosivos, foram encontradas duas “bandeiras caseiras” do grupo terrorista no carro registrado no nome do filho que foi encontrado próximo ao local do atentado.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o cientista social Daniel Douek, mestre em Letras pelo Programa de Estudos Judaicos e Árabes da USP e assessor do Instituto Brasil-Israel, disse que o antissemitismo cresceu ainda mais desde os ataques do Hamas em 07 de outubro de 2023 e as consequentes ações de Israel na Faixa de Gaza como resposta. “Em termos concretos, o Estado Islâmico está muito enfraquecido. Mas em termos de ideia ele segue existindo inclusive fora do território em que se originou e nesse sentido essa ideologia é capaz de inspirar pessoas”, afirmou.