A eleição municipal nas capitais da Região Nordeste terminou com o União vencendo três prefeituras, o PL com duas e o PP, PSD, PT e PSB com uma prefeitura cada. Como saldo final, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram os grandes vitoriosos do pleito na região. O bloco conhecido como Centrão (União, PP e PSD), ganhador em cinco das nove prefeituras em jogo, sai com a vantagem. Todos os principais nomes do bolsonarismo que tentaram disputar nas capitais nordestinas saíram derrotados. "Polarização é uma questão ideológica; muito mais abstrata. Eleição municipal é uma decisão sobre questões muito práticas do dia-a-dia dos cidadãos. E dessa vez ainda houve a ausência do presidente Lula. Já Bolsonaro viajou pelo País, mostrou que tem ainda muito voto e apelo com a população, apesar de a direita e o bolsonarismo saírem divididos. O ex-presidente não é mais hegemônico no espectro; ele tem excesso de concorrentes - oposto da esquerda, que só tem Lula. O mandatário sai deste pleito com uma grande interrogação: qual a chance de ser candidato em uma nova reeleição em 2026 - com 79 anos completos ontem e um PT e uma Esquerda frágeis", analisa Cantanhêde.