Em retorno de suas férias, em que esteve em Portugal, Cantanhêde escreve em sua coluna: "Ao vir ao Brasil duas vezes no mesmo semestre, às vésperas das eleições, o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, de um país invadido por brasileiros, cria uma situação ruim, desconfortável, e outra boa, neutralizante. A ruim é que as visitas e fotos podem ser interpretadas como apoio à reeleição de Jair Bolsonaro. A boa é que, com ele e outros estrangeiros, Bolsonaro vai pensar duas vezes antes de repetir nos 200 anos da Independência as ameaças à democracia do ano passado". "No bastidor, causou certo desconforto com a oposição e com setores do próprio governo português, por parecer apoio a Bolsonaro. Rebelo de Souza, ainda por debaixo dos panos, fez questão de apontar que também se encontrará com o ex-presidente Lula", conta Cantanhêde.
A escolha do general Walter Braga Netto como vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição contrariou o Centrão, grupo de partidos que apoia o governo e defendia o nome da deputada Tereza Cristina (Progressistas-MS) para a dobradinha. A avaliação de dirigentes do bloco e até da equipe de comunicação da campanha é a de que Braga Netto não atrai votos e reforça o perfil militar da chapa, quando o presidente precisaria de apoio no espectro de centro. "Bolsonaro estancou nas pesquisas de forma que pode gerar vitória de Lula no primeiro turno. E aí a equipe se reúne com o presidente para combinar várias estratégias e ele faz o oposto", opina Eliane.