Em 1999 a Sofia Branco, com quem conversamos no episódio de hoje e que na altura trabalhava no Público, foi a única jornalista a assistir a uma conferência de imprensa em Lisboa. Falava-se de mutilação genital feminina.

A partir desse dia trabalhou o tema afincadamente, que na época era completamente desconhecido na sociedade Portuguesa. Meninas em África eram mutiladas, cortavam-lhes os genitais a sangue frio, e marcavam-nas para a vida. 

Hoje, passados 18 anos, o fenómeno persiste. Segundo a UNICEF pelo menos 200 milhões de mulheres e meninas foram submetidas à mutilação genital feminina. Em países como a Somália, de acordo com a mesma organização, isto representa cerca de 90% da população feminina entre os 15 e 49 anos de idade, e na Guiné Bissau, antiga colónia Portuguesa e que conta com vários imigrantes viver em Portugal, é 50%. 

Mas porquê? Como é que uma mãe poderá fazer isto a uma filha? Será um problema do islão? Acontece em Portugal? E como é que se combate?

Falámos sobre tudo isto com a Sofia Branco, ativista, feminista, e atualmente jornalista na Agência Lusa e Presidente do Sindicato dos Jornalistas. Foi também jornalista no Público, e é autora dos livros “Cicatrizes de Mulher” sobre a mutilação genital feminina, e “As Mulheres e a Guerra Colonial”.

Quisemos perceber o que é a mutilação genital feminina, em que contexto acontece, onde e porquê, e o que se tem feito para erradicar este ritual. No final do episódio ainda sobrou tempo para falarmos de jornalismo, se deve existir um jornalismo de causas, e qual o estado do jornalismo de investigação em Portugal.

Ouve aqui mais um episódio.

Até à próxima.
Maria

Em 1999 a Sofia Branco, com quem conversamos no epis&oacute;dio de hoje e que na altura trabalhava no P&uacute;blico, foi a &uacute;nica jornalista a assistir a uma confer&ecirc;ncia de imprensa em Lisboa. Falava-se de mutila&ccedil;&atilde;o genital feminina. A partir desse dia trabalhou o tema afincadamente, que na &eacute;poca era completamente desconhecido na sociedade Portuguesa. Meninas em &Aacute;frica eram mutiladas, cortavam-lhes os genitais a sangue frio, e marcavam-nas para a vida. Hoje, passados 18 anos, o fen&oacute;meno persiste. Segundo a UNICEF pelo menos 200 milh&otilde;es de mulheres e meninas foram submetidas &agrave; mutila&ccedil;&atilde;o genital feminina. Em pa&iacute;ses como a Som&aacute;lia, de acordo com a mesma organiza&ccedil;&atilde;o, isto representa cerca de 90% da popula&ccedil;&atilde;o feminina entre os 15 e 49 anos de idade, e na Guin&eacute; Bissau, antiga col&oacute;nia Portuguesa e que conta com v&aacute;rios imigrantes viver em Portugal, &eacute; 50%. Mas porqu&ecirc;? Como &eacute; que uma m&atilde;e poder&aacute; fazer isto a uma filha? Ser&aacute; um problema do isl&atilde;o? Acontece em Portugal? E como &eacute; que se combate? Fal&aacute;mos sobre tudo isto com a Sofia Branco, ativista, feminista, e atualmente jornalista na Ag&ecirc;ncia Lusa e Presidente do Sindicato dos Jornalistas. Foi tamb&eacute;m jornalista no P&uacute;blico, e &eacute; autora dos livros &ldquo;Cicatrizes de Mulher&rdquo; sobre a mutila&ccedil;&atilde;o genital feminina, e &ldquo;As Mulheres e a Guerra Colonial&rdquo;. Quisemos perceber o que &eacute; a mutila&ccedil;&atilde;o genital feminina, em que contexto acontece, onde e porqu&ecirc;, e o que se tem feito para erradicar este ritual. No final do epis&oacute;dio ainda sobrou tempo para falarmos de jornalismo, se deve existir um jornalismo de causas, e qual o estado do jornalismo de investiga&ccedil;&atilde;o em Portugal. Ouve aqui mais um epis&oacute;dio. At&eacute; &agrave; pr&oacute;xima. Maria

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Em 1999 a Sofia Branco, com quem conversamos no e…

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