No passado dia 21 de janeiro, o país foi confrontado com mais um caso de brutalidade policial. Um vídeo publicado nas redes sociais, entretanto tornado viral, mostra Cláudia Simões, negra, a ser forçada a deitar-se no chão por um agente da PSP, que lhe aplica um golpe de artes marciais durante mais de seis minutos, enquanto se queixa de estar a ser mordido e grita “esta gente não sabe as leis”. A história que Cláudia conta é que entrou num autocarro na Amadora com a sua filha de oito anos e que o condutor não a queria deixar viajar porque se tinha esquecido de trazer o passe da criança. O motorista acabou por chamar a polícia e, no final da noite, depois de detida, Cláudia Simões apareceu e com a cara desfigurada. O motivo, disse a PSP, foi “uma queda”. Cláudia conta outra versão, diz que foi metida num carro da polícia e que, enquanto este andava às voltas, foi espancada. No passado sábado, centenas de pessoas juntaram-se em Lisboa para protestar contra o racismo e a brutalidade policial das forças de segurança portuguesas. Esta semana, tomou posse o novo diretor da PSP, Manuel Magina da Silva, que disse, sobre este caso - e estou a citar - “do que vi do vídeo, não vejo nenhuma infração (...) há uma atuação legal e legítima por parte de um agente da autoridade”.

 

Tudo isto acontece quando se completam cinco anos desde que seis residentes da Cova da Moura foram sequestrados, espancados e torturados na esquadra de Alfragide, a 5 de fevereiro de 2015. Numa decisão sem precedentes em Portugal, oito agentes foram condenados a penas de prisão: um com prisão efetiva, os restantes, pena suspensa. Em novembro de 2018, ainda antes da decisão do tribunal, conversámos com José Semedo Fernandes, um dos advogados das vítimas. Fiquem com a entrevista.

 

No passado dia 21 de janeiro, o pa&iacute;s foi confrontado com <a href="https://www.wort.lu/pt/portugal/espancada-porque-filha-se-esqueceu-do-passe-5e2633e1da2cc1784e3546b7">mais um caso de brutalidade policial</a>. Um <a href="https://www.youtube.com/watch?v=isTBLxnR0vM">v&iacute;deo</a> publicado nas redes sociais, entretanto tornado viral, mostra Cl&aacute;udia Sim&otilde;es, negra, a ser for&ccedil;ada a deitar-se no ch&atilde;o por um agente da PSP, que lhe aplica um golpe de artes marciais durante mais de seis minutos, enquanto se queixa de estar a ser mordido e grita &ldquo;esta gente n&atilde;o sabe as leis&rdquo;. A <a href="https://www.wort.lu/pt/portugal/espancada-porque-filha-se-esqueceu-do-passe-5e2633e1da2cc1784e3546b7">hist&oacute;ria</a> que Cl&aacute;udia conta &eacute; que entrou num autocarro na Amadora com a sua filha de oito anos e que o condutor n&atilde;o a queria deixar viajar porque se tinha esquecido de trazer o passe da crian&ccedil;a. O motorista acabou por chamar a pol&iacute;cia e, no final da noite, depois de detida, Cl&aacute;udia Sim&otilde;es apareceu e com a cara desfigurada. O motivo, disse a PSP, foi &ldquo;<a href="https://www.publico.pt/2020/01/21/sociedade/noticia/mulher-acusa-policia-agressao-racismo-psp-chamou-bombeiros-queda-1901168">uma queda</a>&rdquo;. Cl&aacute;udia conta outra vers&atilde;o, diz que foi metida num carro da pol&iacute;cia e que, enquanto este andava &agrave;s voltas, foi espancada. No passado s&aacute;bado, <a href="https://www.wort.lu/pt/portugal/centenas-de-pessoas-protestam-em-lisboa-contra-racismo-e-violencia-policial-5e35dbdada2cc1784e3553bc">centenas de pessoas</a> juntaram-se em Lisboa para protestar contra o racismo e a brutalidade policial das for&ccedil;as de seguran&ccedil;a portuguesas. Esta semana, tomou posse o novo diretor da PSP, Manuel Magina da Silva, que <a href="https://tvi24.iol.pt/videos/sociedade/novo-diretor-da-psp-nao-viu-nada-de-errado-no-video-da-detencao-de-claudia-simoes/5e3954d30cf2d5f7c67a7261">disse</a>, sobre este caso - e estou a citar - &ldquo;do que vi do v&iacute;deo, n&atilde;o vejo nenhuma infra&ccedil;&atilde;o (...) h&aacute; uma atua&ccedil;&atilde;o legal e leg&iacute;tima por parte de um agente da autoridade&rdquo;.
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Tudo isto acontece quando se completam cinco anos desde que seis residentes da Cova da Moura foram sequestrados, espancados e torturados na esquadra de Alfragide, a 5 de fevereiro de 2015. Numa decis&atilde;o sem precedentes em Portugal, oito agentes foram <a href="https://www.publico.pt/2019/05/20/sociedade/noticia/julgamento-alfragide-decisao-1873346">condenados</a> a penas de pris&atilde;o: um com pris&atilde;o efetiva, os restantes, pena suspensa. Em novembro de 2018, ainda antes da decis&atilde;o do tribunal, convers&aacute;mos com Jos&eacute; Semedo Fernandes, um dos advogados das v&iacute;timas. Fiquem com a entrevista.
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