Começam as línguas a brincar
Nas glandes maciças e lindas
Dos dois formosíssimos caralhos,
Esbeltos, esculturais,
Macios, veludo, mas rijo
Como granitos imortais
Que se modelavam ao lamber
Daquelas línguas vermelhas
Como rosas sem abelhas.
(Caderno Proibido, António Botto)
Há 61 anos morria o autor deste poema, António Botto. Em junho, mês do Orgulho e da visibilidade das pessoas LBGTI+, relembramos o legado deste “poeta de Sodoma” que escreveu em meados do século XX aquilo que não podia ser dito. No ano passado, entrevistámos Anna Klobucka, doutorada em Línguas e Literaturas Românicas pela Universidade de Harvard e autora do livro “O mundo gay de António Botto”.