Enquanto Ori Givati crescia, tinha a certeza de uma coisa: quando fosse adulto, iria combater por Israel: “Cresci com a ideia de que a coisa mais importante que ia fazer na vida era tornar-me soldado do exército israelita”, disse-me. O caminho estava traçado. Defender o país através do exército seria honrar os seus antepassados e proteger familiares e quem a seguir viesse. Era isto que aprendia na escola, em casa, ou através dos média. Aos 19 anos, cumpriu o seu sonho e iniciou o serviço militar obrigatório mas, só tempo depois — e aos poucos —, começou a questionar a sua missão enquanto parte do IDF (Israeli Defense Forces). A cada checkpoint sem razão aparente, a cada invasão à casa de pessoas inocentes, a cada detenção arbitrária, uma pergunta ganhava dimensão na sua cabeça: “O que estamos a fazer é defender Israel?.”
Anos mais tarde, a pergunta tem resposta: “Não. O que estamos a fazer na Cisjordânia e em Gaza é defender a ocupação”. Foi isso que o fez abandonar o exército e juntar-se à Breaking The Silence, uma organização sem fins lucrativos de ex-militares israelitas que partilham testemunhos de como a ocupação é praticada na Palestina. Hoje, Ori Givati é porta-voz e responsável pelas relações internacionais da organização. Num mês em que o Estado israelita praticou mais um massacre em Gaza, falamos sobre o papel do exército israelita na ocupação da Palestina.
Nota: Esta entrevista foi feita em inglês.
No Fumaça, temos falado sobre a ocupação da Palestina desde 2017. Lançámos várias entrevistas e ainda uma série sobre o tema. Se quiseres saber mais, deixamos-te aqui algumas recomendações: