Hoje republicamos uma entrevista gravada há mais de dois anos, em março de 2018, mas que podia ter sido feita ontem. É certo que alguns números estão datados; os atores políticos mudaram e o contexto internacional é outro. Mas há uma constante – Portugal é um país pobre, com demasiada gente pobre, olhe-se para que indicador estatístico se olhar. 

Os dados mais recentes do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística, em 2019, sobre rendimentos do ano anterior, mostram que 17,2% da população estava em risco de pobreza em 2018. Trocando por miúdos, significa que, anualmente, dispunham de menos de 6 014 euros para viver - ou seja, 501 euros por mês.

O risco de pobreza diminuiu para os reformados e para famílias sem crianças quando comparados com os dados de 2017, mas aumentou para empregados e desempregados.
Sem pensões, reformas e outros apoios sociais (como subsídios de desemprego, incapacidade para o trabalho, apoio à família ou rendimento social de inserção) 43,4% da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2018. 

Para se perceber de forma mais aproximada a realidade da pobreza calcula-se um outro indicador, chamado “taxa de risco de pobreza ou exclusão social”, que analisa quanto ganham as pessoas, se estão em idade de trabalhar e têm ou não trabalho e a sua capacidade para aceder a um conjunto de bens e serviços. Em 2018 e 2019 a taxa risco de pobreza ou exclusão social foi de 21,6% são dois milhões duzentas e quinze mil pessoas.

Mas o que significam e como são calculados estes dados? O que mostram e o que escondem? Foi sobre isto que em 2018 falámos com Carlos Farinha Rodrigues, doutorado em Economia e professor universitário no ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão. Queríamos perceber os efeitos da crise financeira de 2008, perceber quem mais tinha perdido, quem realmente a tinha pago. Hoje, em plena pandemia, presos entre uma crise de saúde pública e uma crise económica e social ainda no seu começo – para julho de 2020, a estimativa provisória do INE é de que haja 409.700 pessoas desempregadas, atirando a taxa de desemprego para 8.1%. São mais 39.400 pessoas do que em junho e mais 74 mil que em julho de 2019 – vale a pensar outra vez sobre as origens da pobreza e da desigualdade no nosso país. 
Fiquem com a entrevista. 

Hoje republicamos uma entrevista gravada h&aacute; mais de dois anos, em mar&ccedil;o de 2018, mas que podia ter sido feita ontem. &Eacute; certo que alguns n&uacute;meros est&atilde;o datados; os atores pol&iacute;ticos mudaram e o contexto internacional &eacute; outro. Mas h&aacute; uma constante &ndash; Portugal &eacute; um pa&iacute;s pobre, com demasiada gente pobre, olhe-se para que indicador estat&iacute;stico se olhar.&nbsp;
Os dados mais recentes do <a href="https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&amp;xpgid=ine_destaques&amp;DESTAQUESdest_boui=354099170&amp;DESTAQUESmodo=2">Inqu&eacute;rito &agrave;s Condi&ccedil;&otilde;es de Vida e Rendimento</a>, realizado pelo Instituto Nacional de Estat&iacute;stica, em 2019, sobre rendimentos do ano anterior, mostram que <a href="https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&amp;xpgid=ine_indicadores&amp;contecto=pi&amp;indOcorrCod=0004206&amp;selTab=tab0">17,2%</a> da popula&ccedil;&atilde;o estava em risco de pobreza em 2018. Trocando por mi&uacute;dos, significa que, anualmente, dispunham de menos de 6 014 euros para viver - ou seja, 501 euros por m&ecirc;s.
O risco de pobreza <a href="https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&amp;xpgid=ine_destaques&amp;DESTAQUESdest_boui=354099170&amp;DESTAQUESmodo=2">diminuiu para os reformados</a> e para fam&iacute;lias sem crian&ccedil;as quando comparados com os dados de 2017, mas aumentou para empregados e desempregados. Sem pens&otilde;es, reformas e outros apoios sociais (como subs&iacute;dios de desemprego, incapacidade para o trabalho, apoio &agrave; fam&iacute;lia ou rendimento social de inser&ccedil;&atilde;o) <a href="https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&amp;xpgid=ine_indicadores&amp;contecto=pi&amp;indOcorrCod=0004208&amp;selTab=tab0">43,4%</a> da popula&ccedil;&atilde;o residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2018.&nbsp;
Para se perceber de forma mais aproximada a realidade da pobreza calcula-se um outro indicador, chamado &ldquo;taxa de risco de pobreza ou exclus&atilde;o social&rdquo;, que analisa quanto ganham as pessoas, se est&atilde;o em idade de trabalhar e t&ecirc;m ou n&atilde;o trabalho e a sua capacidade para aceder a um conjunto de bens e servi&ccedil;os. Em 2018 e 2019 a taxa risco de pobreza ou exclus&atilde;o social<a href="https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&amp;xpgid=ine_indicadores&amp;contecto=pi&amp;indOcorrCod=0006271&amp;selTab=tab0"> foi de 21,6%</a> s&atilde;o dois milh&otilde;es duzentas e quinze mil pessoas.
Mas o que significam e como s&atilde;o calculados estes dados? O que mostram e o que escondem? Foi sobre isto que em 2018 fal&aacute;mos com <a href="https://www.iseg.ulisboa.pt/aquila/homepage/carlosfr/curriculum-vitae">Carlos Farinha Rodrigues</a>, doutorado em Economia e professor universit&aacute;rio no ISEG - Instituto Superior de Economia e Gest&atilde;o. Quer&iacute;amos perceber os efeitos da crise financeira de 2008, perceber quem mais tinha perdido, quem realmente a tinha pago. Hoje, em plena pandemia, presos entre uma crise de sa&uacute;de p&uacute;blica e uma crise econ&oacute;mica e social ainda no seu come&ccedil;o &ndash; para julho de 2020, a <a href="https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&amp;xpgid=ine_destaques&amp;DESTAQUESdest_boui=415271551&amp;DESTAQUESmodo=2">estimativa provis&oacute;ria do INE</a> &eacute; de que haja 409.700 pessoas desempregadas, atirando a taxa de desemprego para 8.1%. S&atilde;o mais 39.400 pessoas do que em junho e mais 74 mil que em julho de 2019 &ndash; vale a pensar outra vez sobre as origens da pobreza e da desigualdade no nosso pa&iacute;s. Fiquem com a entrevista.&nbsp;

Jornalismo independente, progressista e dissidente.

Fumaça

Fumaça é um podcast de jornalismo de investigação. É um órgão de comunicação social independente, progressista e dissidente.

Fuma&ccedil;a &eacute; um&nbsp;podcast&nbsp;de&nbsp;jornalismo&nbsp;de&nbsp;investiga&ccedil;&atilde;o. &Eacute; um &oacute;rg&atilde;o&nbsp;de&nbsp;comunica&ccedil;&atilde;o social independente, progressista e dissidente.

Advertisement