“Quando iniciei funções, prometi olhar para os desafios mundiais de olhos abertos e com um novo pensamento.” Estas foram as primeiras palavras de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos da América (EUA), ao iniciar o discurso da passada quarta-feira, 6 de Dezembro, na Casa Branca. Atrás de si estava Mike Pence, vice presidente, que ouviu, como ouviram milhões de outras pessoas, o reconhecimento oficial de Jerusalém como capital de Israel e a indicação da mudança da embaixada dos Estados Unidos da América desde Tel Aviv para Jerusalém.

A deslocalização da embaixada, a concretizar-se, fará dos Estados Unidos o primeiro país do mundo a ter a sua embaixada em Jerusalém, havendo 85 outrasnações, neste momento, como embaixada em Tel Aviv.

Ziyaad Yousef, membro do membro do Comité de Solidariedade com a Palestina e ativista no movimento BDS - Boicote, Desinvestimento e Sanções, alerta, no entanto, que “a política nos Estados Unidos não mudou”. Barack Obama, ex-presidente dos EUA disse, em 2008, enquanto candidato às presidenciais que viria a ganhar: “Jerusalém vai manter-se a capital de Israel e deve manter-se indivisível”. A declaração foi feita durante um discurso numa conferência do AIPAC (American Israel Public Affairs Committee), um dos mais poderosos grupos de lobby americano. Na mesma conferência, anos antes, tinham já George W. Bush e Bill Clinton defendido a mudança de cidade da embaixada para Jerusalém. A pensamento não é novo.

Jerusalém está ocupada por Israel desde 1967, depois do seu exército militar ter tomado controlo da cidade. Desde então, dezenas de resoluções das Nações Unidas têm vindo a pedir aos sucessivos governos israelitas o fim da ocupação da parte oriental de cidade.

Ziyaad falou-nos de como o discurso de Trump é a continuação da política dos Estados Unidos em relação a Israel e Palestina e de como "Trump está a abrir a porta para a ocupação perpétua”. Falámos também sobre como os feridos e mortos diários na Palestina sempre existem, há décadas, e não são apenas uma consequência desta decisão, e de como a PLA (Palestinian, Liberation Authority) é controlada por Israel e pela União Europeia, não representando o povo palestiniano.

Texto: Ricardo Ribeiro
Entrevista e preparação: Ricardo Ribeiro
Captação de som: Ricardo Ribeiro
Edição de som: Bernardo Afonso

&ldquo;Quando iniciei fun&ccedil;&otilde;es, prometi olhar para os desafios mundiais de olhos abertos e com um novo pensamento.&rdquo; Estas foram as primeiras palavras de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos da Am&eacute;rica (EUA), ao iniciar o discurso da passada quarta-feira, 6 de Dezembro, na Casa Branca. Atr&aacute;s de si estava Mike Pence, vice presidente, que ouviu, como ouviram milh&otilde;es de outras pessoas, o reconhecimento oficial de Jerusal&eacute;m como capital de Israel e a indica&ccedil;&atilde;o da mudan&ccedil;a da embaixada dos Estados Unidos da Am&eacute;rica desde Tel Aviv para Jerusal&eacute;m. A deslocaliza&ccedil;&atilde;o da embaixada, a concretizar-se, far&aacute; dos Estados Unidos o primeiro pa&iacute;s do mundo a ter a sua embaixada em Jerusal&eacute;m, havendo 85 outrasna&ccedil;&otilde;es, neste momento, como embaixada em Tel Aviv. Ziyaad Yousef, membro do membro do Comit&eacute; de Solidariedade com a Palestina e ativista no movimento BDS - Boicote, Desinvestimento e San&ccedil;&otilde;es, alerta, no entanto, que &ldquo;a pol&iacute;tica nos Estados Unidos n&atilde;o mudou&rdquo;. Barack Obama, ex-presidente dos EUA disse, em 2008, enquanto candidato &agrave;s presidenciais que viria a ganhar: &ldquo;Jerusal&eacute;m vai manter-se a capital de Israel e deve manter-se indivis&iacute;vel&rdquo;. A declara&ccedil;&atilde;o foi feita durante um discurso numa confer&ecirc;ncia do AIPAC (American Israel Public Affairs Committee), um dos mais poderosos grupos de lobby americano. Na mesma confer&ecirc;ncia, anos antes, tinham j&aacute; George W. Bush e Bill Clinton defendido a mudan&ccedil;a de cidade da embaixada para Jerusal&eacute;m. A pensamento n&atilde;o &eacute; novo. Jerusal&eacute;m est&aacute; ocupada por Israel desde 1967, depois do seu ex&eacute;rcito militar ter tomado controlo da cidade. Desde ent&atilde;o, dezenas de resolu&ccedil;&otilde;es das Na&ccedil;&otilde;es Unidas t&ecirc;m vindo a pedir aos sucessivos governos israelitas o fim da ocupa&ccedil;&atilde;o da parte oriental de cidade. Ziyaad falou-nos de como o discurso de Trump &eacute; a continua&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica dos Estados Unidos em rela&ccedil;&atilde;o a Israel e Palestina e de como "Trump est&aacute; a abrir a porta para a ocupa&ccedil;&atilde;o perp&eacute;tua&rdquo;. Fal&aacute;mos tamb&eacute;m sobre como os feridos e mortos di&aacute;rios na Palestina sempre existem, h&aacute; d&eacute;cadas, e n&atilde;o s&atilde;o apenas uma consequ&ecirc;ncia desta decis&atilde;o, e de como a PLA (Palestinian, Liberation Authority) &eacute; controlada por Israel e pela Uni&atilde;o Europeia, n&atilde;o representando o povo palestiniano. Texto: Ricardo Ribeiro Entrevista e prepara&ccedil;&atilde;o: Ricardo Ribeiro Capta&ccedil;&atilde;o de som: Ricardo Ribeiro Edi&ccedil;&atilde;o de som: Bernardo Afonso

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