Hoje temos novamente Fumaça, e conversamos com o Alexandre Farto (também conhecido por Vhils) sobre o ativismo pela arte.

No Brasil, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos falavam alto, em dimensão, em dinheiro, em poder, e em mediatismo. O dinheiro que traziam para o Governo era muito, e o que se gastava nele era muito também. O Rio iria ser festa dois anos seguidos, e fora do país todo o mundo se juntava à excitação. A Copa e os Jogos Olímpicos no Brasil. Quem diria que não?

Ao mesmo tempo, nas ruas do Brasil, passavam e gritavam aqueles sem dimensão, sem dinheiro, e sem poder. Falavam alto, mas sem mediatismo. As sondagens mostravam que mais de metade dos brasileiros não queriam que os Jogos Olímpicos fossem no seu país e vinham eles para a rua protestar os 12 a 20 mil milhões de dólares investidos, os cortes na saúde, na educação, e os mais de 80,000 despejos em 8 anos.

Por consequência da construção de um teleférico a tempo dos JO, foi a vez do Morro da Providência, a favela mais antiga do Rio, ser ameaçada. Mais de uma centena de casas foi demolida e milhares de pessoas tiveram de ser realojadas. Num projeto chamado “Providência”, Vhils, com quem conversamos hoje, eternizou os retratos de quem foi forçado a sair e cravou-os nas casas que abandonavam.

Este foi apenas um das dezenas de projetos que o Alexandre Farto (também conhecido por Vhils) fez ao longo dos últimos anos, com o objetivo de trazer aos olhos do mundo aquilo que é invisível. Desde o Brasil aos protestos da Ucrânia, à Europa e à Angela Merkel, à China e em Portugal, os seus graffitis e esculturas trazem carregadas mensagens políticas e sociais. 

Conversámos sobre os seus diferentes projetos, mas também sobre o papel do Estado na arte e na cultura, sobre as cidades e o que lhes está invisível, sobre o pós 25 de Abril e os seus murais, e sobre como o graffiti deve ou não ser ilegal.

Oiçam aqui mais um episódio.

Até já,
Ricardo Ribeiro.

Hoje temos novamente Fuma&ccedil;a, e conversamos com o Alexandre Farto (tamb&eacute;m conhecido por Vhils) sobre o ativismo pela arte. No Brasil, a Copa do Mundo e os Jogos Ol&iacute;mpicos falavam alto, em dimens&atilde;o, em dinheiro, em poder, e em mediatismo. O dinheiro que traziam para o Governo era muito, e o que se gastava nele era muito tamb&eacute;m. O Rio iria ser festa dois anos seguidos, e fora do pa&iacute;s todo o mundo se juntava &agrave; excita&ccedil;&atilde;o. A Copa e os Jogos Ol&iacute;mpicos no Brasil. Quem diria que n&atilde;o? Ao mesmo tempo, nas ruas do Brasil, passavam e gritavam aqueles sem dimens&atilde;o, sem dinheiro, e sem poder. Falavam alto, mas sem mediatismo. As sondagens mostravam que mais de metade dos brasileiros n&atilde;o queriam que os Jogos Ol&iacute;mpicos fossem no seu pa&iacute;s e vinham eles para a rua protestar os 12 a 20 mil milh&otilde;es de d&oacute;lares investidos, os cortes na sa&uacute;de, na educa&ccedil;&atilde;o, e os mais de 80,000 despejos em 8 anos. Por consequ&ecirc;ncia da constru&ccedil;&atilde;o de um telef&eacute;rico a tempo dos JO, foi a vez do Morro da Provid&ecirc;ncia, a favela mais antiga do Rio, ser amea&ccedil;ada. Mais de uma centena de casas foi demolida e milhares de pessoas tiveram de ser realojadas. Num projeto chamado &ldquo;Provid&ecirc;ncia&rdquo;, Vhils, com quem conversamos hoje, eternizou os retratos de quem foi for&ccedil;ado a sair e cravou-os nas casas que abandonavam. Este foi apenas um das dezenas de projetos que o Alexandre Farto (tamb&eacute;m conhecido por Vhils) fez ao longo dos &uacute;ltimos anos, com o objetivo de trazer aos olhos do mundo aquilo que &eacute; invis&iacute;vel. Desde o Brasil aos protestos da Ucr&acirc;nia, &agrave; Europa e &agrave; Angela Merkel, &agrave; China e em Portugal, os seus graffitis e esculturas trazem carregadas mensagens pol&iacute;ticas e sociais. Convers&aacute;mos sobre os seus diferentes projetos, mas tamb&eacute;m sobre o papel do Estado na arte e na cultura, sobre as cidades e o que lhes est&aacute; invis&iacute;vel, sobre o p&oacute;s 25 de Abril e os seus murais, e sobre como o graffiti deve ou n&atilde;o ser ilegal. Oi&ccedil;am aqui mais um epis&oacute;dio. At&eacute; j&aacute;, Ricardo Ribeiro.

Jornalismo independente, progressista e dissidente.

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Fumaça é um podcast de jornalismo de investigação. É um órgão de comunicação social independente, progressista e dissidente.

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Hoje temos novamente Fumaça, e conversamos com o …

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