Hoje, publicamos a primeira entrevista, parte de uma série que estamos a preparar há mais de um ano e de que nunca vos tínhamos falado. Chegou o momento: nos próximos meses, vão ouvir-nos falar sobre segurança privada. Se pensarem bem, estas e estes profissionais estão por todo o lado: nos hipermercados, nos centros comerciais, nos hospitais e centros de saúde, nos transportes públicos, nas estações de comboio e de autocarros, nos aeroportos, nas repartições de finanças, da segurança social ou do centro de emprego. Mas quem vigia os vigilantes?

Sabiam que este setor privado é, no seu conjunto, o maior corpo de segurança do país? Há 45 mil pessoas no ativo, das 58 mil autorizadas a trabalhar, a quem o Ministério da Administração Interna atribuiu cartão profissional. Se olharmos com atenção, há menos efetivos no conjunto dos três ramos das Forças Armadas Portuguesas (36 357, máximo autorizado, em 2020) ou na soma do total de efetivos dos corpos da PSP (20.977, em 2019) e da GNR (23.022, em 2018). Que ligações existem entre os mundos da segurança privada, as forças de segurança e o exército?

Nos último ano, conversámos com dezenas de vigilantes. O que nos contaram fui muito mais grave do que imaginávamos: de precariedade laboral e bullying corporativo, a práticas ilegais e violentas por parte de vigilantes ou grandes empresas do setor. Porque é que isto acontece? Que papel tem o Estado em tudo isto? Como foi criado este exército de precários?

É por isto e por muito, muito mais que estamos há meses a trabalhar nesta nova série. Mas, antes, e porque a realidade é muito complexa, achamos que deviam ouvir esta entrevista, feita num registo mais cru do que as habituais. Em maio passado, entrevistámos Agostinho Costa, Major-General, antigo segundo Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, ex-Chefe do Estado-Maior da European Rapid Operational Force e Membro do Grupo de Reflexão Estratégica sobre Segurança. Na qualidade de investigador, co-coordenou, com o professor Nelson Lourenço, o livro “Estratégia de Segurança Nacional - Portugal Horizonte 2030”, lançado em 2018. 

É uma conversa longa, por isso a publicaremos em duas partes – dividas entre hoje e amanhã – mas que vos dará o contexto e as bases teóricas sobre o que é isto da segurança, que papel têm as empresas de segurança privada na sociedade e quais são e devem ser as funções do Estado quando falamos do uso legal da força. 

Sabe mais aqui: https://bit.ly/2PFMORn 

Esta entrevista foi realizada no âmbito de uma investigação sobre segurança privada apoiada através de uma bolsa de investigação jornalística atribuída pela Fundação Calouste Gulbenkian, em 2018. O contrato pode ser consultado aqui.

Hoje, publicamos a primeira entrevista, parte de uma s&eacute;rie que estamos a preparar h&aacute; mais de um ano e de que nunca vos t&iacute;nhamos falado. Chegou o momento: nos pr&oacute;ximos meses, v&atilde;o ouvir-nos falar sobre seguran&ccedil;a privada. Se pensarem bem, estas e estes profissionais est&atilde;o por todo o lado: nos hipermercados, nos centros comerciais, nos hospitais e centros de sa&uacute;de, nos transportes p&uacute;blicos, nas esta&ccedil;&otilde;es de comboio e de autocarros, nos aeroportos, nas reparti&ccedil;&otilde;es de finan&ccedil;as, da seguran&ccedil;a social ou do centro de emprego. Mas quem vigia os vigilantes? Sabiam que este setor privado &eacute;, no seu conjunto, o <a href="https://www.psp.pt/depsegurancaprivada/Documents/RASP%202019%20Final%2003AGO2020.pdf">maior corpo de seguran&ccedil;a</a> do pa&iacute;s? H&aacute; 45 mil pessoas no ativo, das 58 mil autorizadas a trabalhar, a quem o Minist&eacute;rio da Administra&ccedil;&atilde;o Interna atribuiu cart&atilde;o profissional. Se olharmos com aten&ccedil;&atilde;o, h&aacute; menos efetivos no conjunto dos tr&ecirc;s ramos das For&ccedil;as Armadas Portuguesas (<a href="https://dre.pt/application/conteudo/129160712">36 357</a>, m&aacute;ximo autorizado, em 2020) ou na soma do total de efetivos dos corpos da PSP (<a href="https://www.psp.pt/Documents/Instrumentos%20de%20Gest%C3%A3o/Balan%C3%A7o%20Social/Balan%C3%A7o%20Social%20da%20PSP%202019.pdf">20.977</a>, em 2019) e da GNR (<a href="https://www.sg.mai.gov.pt/QuemSomos/InformacaoInstitucional/Documents/012.1%20-%20Balan%C3%A7o%20Social%20Consolidado%20-%202018.pdf">23.022</a>, em 2018). Que liga&ccedil;&otilde;es existem entre os mundos da seguran&ccedil;a privada, as for&ccedil;as de seguran&ccedil;a e o ex&eacute;rcito?
Nos &uacute;ltimo ano, convers&aacute;mos com dezenas de vigilantes. O que nos contaram fui muito mais grave do que imagin&aacute;vamos: de precariedade laboral e bullying corporativo, a pr&aacute;ticas ilegais e violentas por parte de vigilantes ou grandes empresas do setor. Porque &eacute; que isto acontece? Que papel tem o Estado em tudo isto? Como foi criado este ex&eacute;rcito de prec&aacute;rios?
&Eacute; por isto e por muito, muito mais que estamos h&aacute; meses a trabalhar nesta nova s&eacute;rie. Mas, antes, e porque a realidade &eacute; muito complexa, achamos que deviam ouvir esta entrevista, feita num registo mais cru do que as habituais. Em maio passado, entrevist&aacute;mos Agostinho Costa, Major-General, antigo segundo Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, ex-Chefe do Estado-Maior da European Rapid Operational Force e Membro do Grupo de Reflex&atilde;o Estrat&eacute;gica sobre Seguran&ccedil;a. Na qualidade de investigador, co-coordenou, com o professor Nelson Louren&ccedil;o, o livro &ldquo;Estrat&eacute;gia de Seguran&ccedil;a Nacional - Portugal Horizonte 2030&rdquo;, lan&ccedil;ado em 2018.&nbsp; &Eacute; uma conversa longa, por isso a publicaremos em duas partes &ndash; dividas entre hoje e amanh&atilde; &ndash; mas que vos dar&aacute; o contexto e as bases te&oacute;ricas sobre o que &eacute; isto da seguran&ccedil;a, que papel t&ecirc;m as empresas de seguran&ccedil;a privada na sociedade e quais s&atilde;o e devem ser as fun&ccedil;&otilde;es do Estado quando falamos do uso legal da for&ccedil;a.&nbsp; Sabe mais aqui: <a href="https://bit.ly/2PFMORn">https://bit.ly/2PFMORn</a>&nbsp; Esta entrevista foi realizada no &acirc;mbito de uma investiga&ccedil;&atilde;o sobre seguran&ccedil;a privada apoiada atrav&eacute;s de uma <a href="https://gulbenkian.pt/noticias/vencedores-bolsas-de-investigacao-jornalisticas-gulbenkian/">bolsa de investiga&ccedil;&atilde;o jornal&iacute;stica</a> atribu&iacute;da pela Funda&ccedil;&atilde;o Calouste Gulbenkian, em 2018. O contrato pode ser consultado <a href="https://drive.google.com/file/d/1eGen1Gl5Q6PS3WApPcctjUNrRDyi810Y/view">aqui</a>.

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