Filomena tem 58 anos, é dona de uma empresa de turismo em Lisboa, e escreveu este diário para poder comunicar com a criança refugiada que só recentemente se apercebeu de ter sido. Quando Portugal concedeu a independência a Angola, o pai teve de fugir pelo deserto até à África do Sul. Quando finalmente chegou ao Brasil começou a tentar encontrar a família por todos os meios, e eis que os localizou, numa pequena aldeia portuguesa, onde a sua família também vivia. Todos se esforçaram para os receber bem, mas Filomena vivia triste com falta do pai, o seu herói. Um dia, o telefone tocou. Hoje, o que prevalece entre as memórias menos boas é a “generosidade do povo português”, que ficou para sempre marcada no coração desta retornada a um país que não a viu partir.