Willy Silva tinha 21 ou 22 anos quando saiu do Brasil, não se lembra bem. Como toda a gente, queria conhecer o mundo, mas nunca tinha pensado nisso a sério. Gostava da sua vida no interior do estado de São Paulo, a sua mãe e o seu irmão estavam lá, os amigos, tudo. Mas um dia falaram-lhe de uma bolsa para estudar fora e ao ver no Facebook umas fotografias da capital da Hungria, Budapeste, pensou que gostava muito de conhecer aquele lugar. Foi o início de meia década de viagens por toda a Europa, que terminou da pior forma possível: Willy chegou a frequentar a sopa dos pobres, no Porto, viveu em tendas, foi explorado e nem sempre lhe pagaram pelos trabalhos que fez. E depois a vida voltou a mudar. Agora tem 35 e brinca com os luxos que lhe dão no emprego: férias, salário ao dia certo, até baixa por doença.