Nasceu em Quelimane, no Norte de Moçambique, a 21 de novembro de 1960, e nunca sonhou ser outra coisa que não um militar no ativo. A pandemia da Covid-19 trocou-lhe as voltas e Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo enfrentou o imenso desafio de organizar e vacinar cidadãos para lutarem contra um vírus invisível que amedontrou novos e velhos e (quase) paralisou o mundo. É possível que o homem que escolheu tripular submarinos por serem o maior desafio que a Marinha lhe poderia colocar encare a política como uma viagem nestas embarcações, em que "o espaço é estreito e há sempre muita gente". O ponderado Almirante sabe que o sucesso granjeado pelo sucesso da campanha de vacinação corresponde a um momento da sua história pessoal e da história do país, e é perentório a afirmar: "Nunca desejei nenhum cargo político. Mas houve uma altura que pensei que a minha vida militar poderia terminar e, entre as hipóteses, poderiam estar hipóteses políticas. Não se materializaram, continuei a ser militar, e estou contente. Quanto às sondagens, acho que manifestam a memória que a população tem do processo de vacinação. Confundir isso com uma ação política alargada parece-me perigoso".