Em um mundo onde a representação negra em espaços de poder ainda é uma luta constante, a trajetória de Sonia Guimarães, primeira mulher negra a obter um PhD em Física no Brasil e professora do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), ressoa como um farol de inspiração. Desde cedo, Guimarães enfrentou desafios que poderiam desencorajar muitos. "Não era porque eu era negra, nem era porque eu era mulher, era porque eu era considerada incapaz", lembra, citando as palavras de desestímulo que ouviu na juventude. Sônia não apenas seguiu sua paixão pela física, como também se destacou na área, tornando-se uma inventora e uma referência em experimentos com semicondutores.
No Mulheres Reais, Guimarães enfatiza a importância da representação e da inclusão, destacando como a história e a ciência foram injustamente narradas de uma perspectiva eurocêntrica. "Computação, por exemplo, é coisa de preto. Os códigos e faz dos orixás, que é hiper africano, é a base da computação", argumenta, desmontando a falácia de que negros não seriam capazes de excelência nas ciências exatas. Essa perspectiva não apenas desafia estereótipos, mas também reivindica o lugar dos negros na história da ciência e tecnologia. Além de sua contribuição acadêmica, Guimarães é uma voz ativa na luta por igualdade de oportunidades, especialmente para mulheres negras na ciência.
O Mulheres Reais vai ao ar às segundas-feiras, a partir das 8h, no Jornal Eldorado. O podcast é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível em todas as plataformas de áudio.