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Cafezinho 477 - Ma(s)labarismos

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Cafezinho 477 – Ma(s)labarismos

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O “mas” é uma conjunção coordenativa adversativa que liga duas orações ou palavras e expressa a ideia de contraste, de diferença. Vou explicar usando uma matéria do G1, de 2019, se não me engano:

“Desemprego cai para 11,8% em julho e atinge 12,6 milhões de pessoas”. Esse é o fato. E o G1 escreveu assim:

“Desemprego cai para 11,8% em julho, mas atinge 12,6 milhões de pessoas”.

Notou diferença? No primeiro enunciado, “desemprego cai e atinge 12,6 milhões”, o “e” significa que o desemprego está em queda e dá a entender que 12,6 milhões de pessoas é uma redução. Portanto devemos comemorar o avanço.

No segundo enunciado, “desemprego cai, mas atinge 12,6 milhões de pessoas”, esse “mas” dá a entender que o desemprego está em queda, mas isso não quer dizer muito, pois 12,6 milhões de desempregados é muito alto. Portanto, não há nada para comemorar, nenhum mérito a dar.

E esse “mas” pode ser também Conjunção Coordenativa de Negação. “PIB Cresce 0,4% e surpreende, mas retomada é lenta”; “PIB reage, mas previsão para o ano ainda fica em 1%”; “Investimento empurra PIB, mas recuperação segue lenta”. Essas são manchetes dos jornais falando do anúncio de que o PIB brasileiro tinha subido 0,4% no primeiro trimestre de 2019, o que deveria ser uma excelente notícia, não pelo número absoluto, mas pela reversão da queda.

O “mas” como Conjunção Coordenativa Escusativa prepara a escusa, a desculpa. Transfere responsabilidades para terceiros, justifica desmandos, atenua consequências e torna normal e aceitável aquilo que deveria ser rechaçado por imoral, ilegal e desonesto.

O “mas” como Conjunção Coordenativa de Negação, elimina qualquer mérito por coisas boas, liquida a esperança na melhora, valoriza o torto, o erro.

Preste atenção em quem usa o “mas” como desculpa ou como negação. Jamais perca de vista que quem escolhe, defende e protege o ruim porque antes era pior, continua escolhendo o ruim. E quem usa o “mas” para esconder algo bom só porque não gosta de quem o fez, é burro.

Ou canalha.

 

Esta reflexão continua no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=k2uRv77u8ZY

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Aqui tem seleção primorosa da MPB e reflexões não-trivias –e muitas vezes polêmicas– do apresentador 
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