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Fui assistir um filme badalado aí chamado The Vast Of Night. Estava sendo aclamado como uma obra que renova os filmes de horror e ficção científica. Li uma crítica dizendo que é sensacional, o diretor é um estreante, mas que teria mudado tudo. Eu não resisti. Saí correndo atrás, achei e corri assistir.

O filme é uma merda. Larguei antes do final. Inconformado fui assistir uns Youtubers aí especializados pra ver a crítica. E os caras amando o filme, dizendo que é imperdível, que isso e aquilo, que os ângulos de filmagem, que a forma como o cara contou a história... O filme é uma merda. E a molecada amando.

E a música que essa turma consome? Com todos os recursos tecnológicos com os quais os Beatles nem sonhavam… e o resultado é uma merda.

Voltei para o Paradoxo do Dadinho, aquele docinho que era uma maravilha na minha infância e que hoje é horrível, que mencionei num Cafezinho anterior. E se o Dadinho for o mesmo de 50 anos atrás e o que mudou foi o meu paladar? E se a memória que eu tenho do Dadinho do passado for mais doce, mais saborosa do que era na verdade?

E se o filme e as músicas forem adequados à percepção estética da molecada toda e eu é que estou atrelado à escola do Spielberg e amarrado no rock dos anos setenta? Eu é que não entendo por que gastar um baita tempo filmando as pernas de uma moça correndo ou então um blablabla que não leva a lugar algum é sensacional?

Paradoxo do Dadinho.

Tudo está mais fácil, mais rápido, mais acessível, mas algo mudou na essência. Ou o Dadinho ou eu.

Eu acho que foram o Dadinho e eu.

Esta reflexão continua no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=o-aJADbOMGQ

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Fui assistir um filme badalado a&iacute; chamado The Vast Of Night. Estava sendo aclamado como uma obra que renova os filmes de horror e fic&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica. Li uma cr&iacute;tica dizendo que &eacute; sensacional, o diretor &eacute; um estreante, mas que teria mudado tudo. Eu n&atilde;o resisti. Sa&iacute; correndo atr&aacute;s, achei e corri assistir.
O filme &eacute; uma merda. Larguei antes do final. Inconformado fui assistir uns Youtubers a&iacute; especializados pra ver a cr&iacute;tica. E os caras amando o filme, dizendo que &eacute; imperd&iacute;vel, que isso e aquilo, que os &acirc;ngulos de filmagem, que a forma como o cara contou a hist&oacute;ria... O filme &eacute; uma merda. E a molecada amando.
E a m&uacute;sica que essa turma consome? Com todos os recursos tecnol&oacute;gicos com os quais os Beatles nem sonhavam&hellip; e o resultado &eacute; uma merda.
Voltei para o Paradoxo do Dadinho, aquele docinho que era uma maravilha na minha inf&acirc;ncia e que hoje &eacute; horr&iacute;vel, que mencionei num Cafezinho anterior. E se o Dadinho for o mesmo de 50 anos atr&aacute;s e o que mudou foi o meu paladar? E se a mem&oacute;ria que eu tenho do Dadinho do passado for mais doce, mais saborosa do que era na verdade?
E se o filme e as m&uacute;sicas forem adequados &agrave; percep&ccedil;&atilde;o est&eacute;tica da molecada toda e eu &eacute; que estou atrelado &agrave; escola do Spielberg e amarrado no rock dos anos setenta? Eu &eacute; que n&atilde;o entendo por que gastar um baita tempo filmando as pernas de uma mo&ccedil;a correndo ou ent&atilde;o um blablabla que n&atilde;o leva a lugar algum &eacute; sensacional?
Paradoxo do Dadinho.
Tudo est&aacute; mais f&aacute;cil, mais r&aacute;pido, mais acess&iacute;vel, mas algo mudou na ess&ecirc;ncia. Ou o Dadinho ou eu.
Eu acho que foram o Dadinho e eu.
Esta reflex&atilde;o continua no v&iacute;deo: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=o-aJADbOMGQ">https://www.youtube.com/watch?v=o-aJADbOMGQ</a>
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Aqui tem seleção primorosa da MPB e reflexões não-trivias –e muitas vezes polêmicas– do apresentador, escritor e palestrante Luciano Pires. É assim que o Café Brasil trata de comportamento, cidadania, política e cultura brasileiras, em edições semanais. Eleito por duas vezes o Melhor Podcast de Entretenimento e Variedades no Prêmio Podcast Brasil e frequentador dos destaques do iTunes.Podcast Café Brasil: valorizando a liberdade de expressão e semeando a autonomia de pensamento.

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